As casas Tasca do Chico, Corrido e Guitarras de Lisboa querem associar-se à ACFL, que conta 16 estabelecimentos, disse à agência Lusa o seu presidente, o guitarrista Paulo Valentim, que garantiu que a associação está de “portas abertas” para receber novos associados.
A noite de fado, com fins solidários, destina-se a “apoiar da forma mais abrangente possível artistas que se encontram numa fase difícil, devido à situação de pandemia que afeta diretamente esta área da cultura”, disse Paulo Valentim.
A noite de fado contará com fadistas de todos os elencos das casas de fado da ACFL e “nomes de referência, na mais alargada, quanto possível, apresentação do universo fadista da cidade Lisboa”.
A ACFL está também a trabalhar num projeto orientado para os ensinos básico e secundário, “dando a conhecer o fado aos jovens, pois faz parte da cultura [portuguesa], nomeadamente de Lisboa”.
O projeto “O Fado na Escola” vai ser apresentado, “em breve”, à câmara da capital e pretende ser posto em prática no ano letivo de 2021/22.
Esta ligação às escolas é referenciada no plano de salvaguarda do programa de candidatura do fado a Património Cultural Imaterial da Humanidade, classificação que o Fado recebeu, pela UNESCO, em 2011.
O Plano de Salvaguarda tem por objetivo “preservar e salvaguardar as memórias da canção urbana de Lisboa, através da criação de uma Rede Integrada de Arquivos, de um Arquivo Digital de Fonogramas de Fado, de um Programa Educativo muito abrangente, de um vasto plano de edições (edição de fontes históricas, poéticas, críticas e musicais) e da criação de Roteiros de Fado”.
Segundo uma fonte do Museu do Fado, esta estratégica de levar o fado às escolas tem sido implementada pela instituição “com sucesso”.
Outra iniciativa da ACFL prevista, e que conta já com o apoio do Museu do Fado, são as ‘masterclasses’, de guitarra portuguesa e viola de fado, “por dois dos melhores instrumentistas da atualidade”, respetivamente, José Manuel Neto e Carlos Manuel Proença. O duo acompanha regularmente fadistas como Camané e Carlos do Carmo, entre outros.
“No futuro realizar-se-ão ‘masterclasses’ de outras áreas fadistas”, afiançou Valentim.
“A atividade da associação está a começar, na realidade temos algo a acrescentar à atividade fadista em Lisboa, no sentido de uma melhoria, e um contributo para o fado”, disse Paulo Valentim, referindo que “ao lado da preocupação artística e cultural, temos também uma preocupação com outra faceta do nosso dia-a-dia e pensamos também promover ‘workshops’ na área da hotelaria, com parceiros certificados”.
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