Assunção Cristas, que se encontra em Luanda, a convite da Universidade Agostinho Neto, para ministrar uma palestra sobre "Mulheres na Política", foi hoje recebida pelo secretário-geral do MPLA, Paulo Cassoma, num encontro que serviu para "uma troca muito interessante de impressões sobre aquilo que são os objetivos e prioridades do CDS-PP em Portugal e também o que são os objetivos e prioridades do MPLA em Angola".
Em declarações à imprensa no final do encontro, Assunção Cristas referiu que solicitou também encontros com os três maiores partidos da oposição.
Sobre a relação com o MPLA, a líder do CDS-PP lembrou que o seu partido esteve representado no último congresso do MPLA e há dois meses também contou com a presença do partido maioritário em Angola no congresso do CDS.
"É certamente positiva (a relação). O MPLA esteve no nosso congresso, como outros partidos também estiveram. Nós estivemos aqui e neste momento podemos continuar a trabalhar, nomeadamente, eventualmente, partilhando algum conhecimento em matéria de preparação autárquica e de formação autárquica, que é um desafio que neste momento Angola tem pela frente, e nós enquanto partido temos também que conquistar mais posições autárquicas", disse a líder do CDS-PP.
Assunção Cristas disse que o assunto que nos últimos tempos marcou a relação entre Portugal e Angola, o envio do processo judiciário do ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, para a justiça angolana, não foi abordado no encontro.
"Não foi tema da nossa conversa. Tratamos das questões de prioridade do país, como é evidente quando tive o convite para vir a Luanda havia esse, em linguagem diplomática, irritante, que naturalmente não põe em causa a profundidade das relações que existe, mas, como irritante que é, causa, enfim, algum incómodo", admitiu Assunção Cristas.
A dirigente centrista referiu que, enquanto líder do CDS-PP, procurará "manter um bom relacionamento com os três maiores partidos em Angola", por entender que "isso é de interesse de Portugal".
"Temos muitos portugueses em Angola e muitos angolanos em Portugal, muitas empresas a trabalharem aqui em Angola, com investimentos, outras que têm relações comerciais e eu creio que Angola também neste projeto, neste desafio do desenvolvimento económico e da diversificação do desenvolvimento económico, certamente que gostará de ter em Portugal um parceiro para partilha de conhecimentos, também para investimento", salientou.
Assunção Cristas disse ainda que, "estando o CDS na oposição", é seu compromisso ser sempre "uma voz em benefício das pontes, do bom diálogo e da tranquilidade das relações entre os dois países".
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