“E hoje temos mais essa notícia que, a confirmar-se, demonstra que António Costa, mais uma vez, não foi capaz de manter os seus compromissos e não foi capaz porque o modelo que propôs ao país simplesmente não está a funcionar”, salientou, referindo-se a uma notícia do jornal Público que levanta a hipótese de o fim da sobretaxa de IRS ser faseado para os rendimentos mais altos.
Assunção Cristas falava, em declarações aos jornalistas, na cidade da Horta, no Faial, onde participa na campanha eleitoral para as eleições legislativas regionais dos Açores, que ocorrem a 16 de outubro.
Para a líder centrista, o modelo de crescimento do atual Governo, assente essencialmente no consumo, “falhou redondamente”, porque está a descurar “a dinamização da economia, o investimento privado e também público, que está a decrescer muito, e as exportações”.
Assunção Cristas, que disse há uma semana, nos Açores, que o Governo anunciava aumentos de impostos todas as semanas, a propósito do agravamento fiscal para o alojamento local, voltou a criticar o executivo socialista.
“Já é quase dia sim, dia não, em que vemos mais uma notícia de trapalhadas fiscais por parte deste Governo. Agora a notícia é que, afinal, a sobretaxa ao que parece, mas ainda não sabemos nada, esperamos saber depois no Orçamento de Estado, não vai acabar como tinha sido promessa de António Costa, há um ano, de que acabaria a sobretaxa em dois anos”, frisou.
Segundo a edição de hoje do jornal Público, que atribui a informação a fontes do executivo, “a sobretaxa do IRS não deverá acabar ao mesmo tempo para todos os contribuintes em 2017, como está hoje previsto”.
“O cenário que o Governo tem em cima da mesa, mas que ainda está sujeito a alterações, passa por garantir que a sobretaxa acabará para todos os contribuintes durante o próximo ano, mas de forma faseada, penalizando os rendimentos mais altos. O cenário que o Governo está a estudar, passa, na prática, por manter a sobretaxa sobre os rendimentos mais altos e ir desagravando a carga fiscal ao longo do ano até que esta seja eliminada”, acrescenta o Público.
A líder do CDS-PP lembrou também as notícias que dão conta da criação de impostos sobre o sal e o açúcar, mas também sobre o vinho, que disse ser “particularmente grave”, porque o setor agrícola está “a trabalhar muito bem” e poderá ser “afetado por esse agravamento fiscal”.
“Estamos a viver de notícias sempre inacabadas, nunca explicadas, mas que geram uma grande inquietude e uma grande incerteza”, frisou.
Assunção Cristas acusou o Governo de aplicar uma “austeridade à ‘la esquerda’”, que afeta a classe média, dando como exemplo o aumento do IMI com base nas vistas e no sol e o imposto sobre o património.
“O que julgo que é, neste momento, absolutamente evidente para todos os portugueses, é que o fim da austeridade, na verdade, não aconteceu. O que aconteceu, sim, foi uma substituição da austeridade”, salientou.
A líder do CDS-PP chegou na sexta-feira à ilha das Flores, onde participou em várias ações de campanha, tendo seguido esta tarde para a ilha do Faial.
À noite participa num jantar-comício na ilha Terceira, onde tem ainda uma ação de campanha agendada no domingo de manhã.
Assunção Cristas já tinha estado em quatro ilhas dos Açores no arranque da campanha eleitoral oficial e deverá regressar antes das eleições, marcadas para 16 de outubro.
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