No debate quinzenal de hoje com o primeiro-ministro, no parlamento, Cristas recordou a “onda inédita” de demissões de diretores e administradores de hospitais nos últimos três anos e acusou o executivo de “aumentar a dívida” no setor da saúde.

“Já sei que vem de uma tradição de que as dívidas não são para se pagar mas sim para se gerir, mas isto traduz-se na falta de qualidade no serviço aos utentes”, acusou Assunção Cristas, fazendo a primeira referência a Sócrates e subindo o tom das críticas.

"É uma tradição socrática”, atirou a Costa, que pretendeu ao Governo de José Sócrates.

A ação do Governo minoritário do PS, afirmou ainda, descreve-se numa “única palavra, a incompetência” e acusou a nova ministra da Saúde, Marta Temido, de ser “um erro de ‘casting’”.

Cristas criticou ainda Costa por desvalorizar "olimpicamente o que se passa à sua volta", e argumentou que os médicos que se demitiram "estão desesperados por promessas por cumprir" pelo executivo.

Mais uma vez lembrando Sócrates, Cristas disse depois que “o histórico” da direita é “tirar o país da bancarrota”, numa referência ao Governo PSD/CDS de 2015 e tenta associar o primeiro-ministro, que pertence ao executivo que pediu a intervenção da “troika”.

“Ficará sempre colado a isso”, afirmou a líder dos centristas.

António Costa admitiu que os problemas na saúde existem, resultado, explicou, dos cortes do Governo PSD/CDS, mas repetiu os números quanto ao investimento dos últimos anos no setor, mais 35%, e mais contratações.

E respondeu que tem “um histórico” de “herdar” uma câmara, a de Lisboa, “falida pela direita” e de ter posto as contas equilibradas e de “herdar” uma a percentagem da dívida pública “nos 130% e estar agora nos 124%”.

"Estamos a reduzir a dívida sem cortar salários, sem alterar horários de trabalho, sem cortar pensões, sem brutal aumento dos impostos", afirmou ainda António Costa.

O tom das críticas entre Cristas e Costa subiu e levou o primeiro-ministro a comentar que “conforme vai perdendo a razão vai aumentando o insulto e o ataque pessoal”.

“Críticas políticas”, contrapôs Cristas, insistindo na questão da saúde ou nos atrasos na execução do programa de investimentos nas infraestruturas, do anterior Governo.

O grau de execução “é de 20%”, exemplificou, contrapondo Costa que estão 40% em construção e 30% em projeto.

[Notícia atualizada às 11:59]