“Foi um vazamento [de informações] sem nenhuma relevância e sem qualquer importância para o processo eleitoral (…) Este ataque aparentemente teve a sua origem em Portugal e, sempre lembrando, as urnas [eletrónicas] não estão em rede [conectadas à internet], portanto, não estão vulneráveis a nenhum tipo de ataque durante o processo eleitoral”, disse este domingo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Roberto Barroso.
Na manhã deste domingo, a revista Veja publicou informações sobre este primeiro ataque ao TSE que teria partido de Portugal, acrescentando que só foram extraídos do sistema informático dados antigos sobre funcionários do tribunal. Não houve furto de dados depois do dia 23 de outubro.
Pouco depois das 10:00 de domingo (horário de Brasília, 13:00 em Lisboa), os sistemas informáticos do TSE voltaram a ser atacados por ciberpiratas numa outra ação que teria partido do Brasil, Estados Unidos e da Nova Zelândia.
A ação ocorreu durante a realização de eleições municipais em todo o país, que levaram milhares de brasileiros às urnas para escolher novos prefeitos e vereadores das câmaras legislativas de 5.567 cidades.
Barroso já tinha confirmado, no início da tarde, que os sistemas do TSE foram alvo de uma tentativa invasão neste domingo, que não teve impacto na votação.
“Houve de facto uma tentativa de ataque hoje, com uma quantidade de acessos maciços para tentar derrubar o sistema. Este ataque foi neutralizado e não produziu nenhum tipo de impacto”, disse Barroso.
“A informação que tenho é que foi tentativa de derrubar o sistema. Mas está tudo funcionando bem”, acrescentou.
Além da ciberpirataria, as eleições no Brasil apresentavam ao final da noite de domingo problemas na divulgação dos resultados, que geralmente ocorrem em poucas horas porque o país adota um sistema de votação eletrónica.
Em nota, o TSE frisou que a lentidão no processo de totalização dos votos estava a causar um atraso na divulgação dos resultados do apuramento.
“Os dados estão sendo remetidos normalmente pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e rececionados normalmente pelo banco de totalização, que está somando o conteúdo de forma mais lenta que o previsto”, diz o comunicado tribunal.
“O problema está sendo resolvido pelos técnicos, para a retomada mais célere do processo de divulgação. Ressaltamos que não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores [funcionários do TSE] e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registada pela manhã”, concluiu.
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