Os estudantes da Faculdade de Letras estão a enfrentar a acusação de desobediência civil por parte do Ministério Público, após terem sido removidos da ocupação pacífica do movimento “Fim ao Fóssil: Ocupa!” e detidos pela PSP na noite de 11 de novembro.
Em comunicado enviado às redações, é referido que "a campanha de solidariedade irá continuar e haverá manifestação de apoio na próxima sessão do julgamento".
Ontem, os arguidos admitiram perante o juiz que a PSP os advertiu da necessidade de saírem sob pena de cometerem o crime de desobediência civil, justificando que não o fizeram porque as suas reivindicações não tinham sido ouvidas num espaço que também pertence aos estudantes. Além disso, relataram, dois dos estudantes detidos tinham uma das mãos coladas ao chão, num gesto simbólico de protesto, em defesa da "justiça climática".
"Não fazia sentido sairmos do nosso espaço sem estarem satisfeitas as nossas reivindicações", declarou uma das jovens, alegando que o importante deste julgamento deveria ser o de "saber se é legítimo" a direção da faculdade chamar a polícia para "retirar estudantes que estão a fazer um protesto pacífico".
Os quatro jovens - conhecidos no meio estudantil por "Ana", "Nemo", "Artur" e "Mateus" - alegaram perante o juiz do Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa que não estavam a incomodar ninguém com o "protesto pacífico" em defesa do clima, que já durava desde 7 de novembro, com autorização de pernoitarem naquela universidade, quando quatro dias depois, numa sexta-feira, foram confrontados com a intervenção policial para os retirar daquele espaço até às 22:00, a mando do diretor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Miguel Tamen.
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