“A Royal Opera House e Plácido Domingo decidiram de comum acordo que o cantor se retira das próximas apresentações de ‘Don Carlo’, agendadas para julho de 2020″, anunciou em comunicado a instituição britânica, especificando não ter recibo nenhuma queixa relacionada com aquela colaboração.
O artista, de 79 anos, é acusado de assédio sexual por cerca de 20 mulheres nos Estados Unidos. No final de fevereiro, o músico pediu perdão, especificando dois dias mais tarde que ainda rejeitava as acusações contra ele.
Desde então, o Ministério da Cultura espanhol decidiu cancelar a participação do artista em apresentações em maio no Teatro Nacional de Zarzuela, “em solidariedade com as mulheres afetadas” pelo caso de assédio.
Depois disso, Plácido Domingo renunciou a atuar em “La Traviata”, no Royal Theatre de Madrid.
“Além disso, vou retirar-me de apresentações em teatros e empresas que teriam dificuldade em cumprir esses compromissos”, disse em comunicado, após ter desistido da sua carreira nos Estados Unidos, nos últimos meses.
Uma investigação independente — solicitada pelo sindicato norte-americano que representa os artistas musicais – concluiu que, no passado, Plácido Domingo teve um “comportamento inapropriado, desde o ‘flirt’ até aos avanços sexuais, dentro e fora do local de trabalho”.
Segundo a mesma organização, muitas das vítimas referiram-se ao medo de represálias profissionais como o motivo pelo qual não falaram mais cedo.
As primeiras denúncias de assédio sexual contra Plácido Domingo surgiram em agosto de 2019, através de uma extensa investigação da agência de notícias Associated Press, citando várias mulheres que disseram ter sido assediadas sexualmente pelo tenor.
Os acontecimentos terão ocorrido ao longo de trinta anos, em espaços que incluíam companhias de ópera onde o cantor ocupava cargos de direção. Muitas dizem ter sido avisadas por colegas para nunca ficar a sós com Domingo.
O tenor foi sempre rejeitando as acusações de que foi alvo, mas a partir daquela investigação da Associated Press demitiu-se de diretor-geral da Ópera de Los Angeles, Califórnia, e foram surgindo alguns cancelamentos de atuações.
Plácido Domingo decidiu, por exemplo, não atuar num espetáculo cultural associado aos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
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