“É uma boa notícia para o Norte. Mais uma vez, para o Sul, não há novidades absolutamente nenhumas. Esperamos pelo próximo verão”, disse Rogério Bacalhau (PSD) à Lusa, em reação à apresentação, na quarta-feira, do projeto de alta velocidade para ligação de Lisboa ao Porto e Porto a Vigo (Espanha).
Para o autarca “regra geral, os políticos, nomeadamente os da administração central, lembram-se do Algarve em julho e agosto, época que já passou”, e repetiu que a região “vai ter de esperar pelo próximo ano”.
“De promessas estamos nós cheios”, afirmou, elencando algumas promessas que não foram cumpridas pelo Governo, como o Plano de Recuperação Especial para a covid-19, a requalificação da Estrada Nacional 125 ou a eletrificação da linha regional do Algarve que vai de Lagos a Vila Real de Santo António.
O autarca referiu que quem se desloca ao Algarve e “tem capacidade de decisão”, vai de carro “e não de comboio” e, portanto, “não há grandes problemas”, ironizou.
Rogério Bacalhau criticou que, para cumprir as metas ambientais de descarbonização, tenha havido um aumento do transporte em autocarros, o que considerou ser um “contrassenso”.
“Mesmo a promessa de ligação rápida ao Norte vamos a ver se ela é cumprida”, concluiu o presidente da câmara da capital algarvia.
Segundo o projeto, a nova linha de alta velocidade Porto-Lisboa, que pretende ligar as duas principais cidades do país em apenas uma hora e 15 minutos no serviço direto, não terá paragens e será construída em três fases.
A primeira fase, o troço entre Porto e Soure, prevista concluir até 2028, tem o tempo de percurso estimado de uma hora e 59 minutos.
O segundo troço, entre Soure e Carregado, que deve estar concluído até 2030, deverá diminuir o tempo de percurso para uma hora e 19 minutos.
A terceira fase, entre Carregado e Lisboa, “será construída mais tarde” e permitirá atingir a duração final de uma hora e 15 minutos de toda a ligação.
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