O social-democrata, que liderou a lista de Aveiro pela coligação entre PSD, CDS-PP e PPM ,tinha suspendido o mandado a 26 de fevereiro, como é imposição legal para os autarcas que são candidatos às legislativas, e o prazo da suspensão “terminou automaticamente nesta segunda-feira”, segundo declarou o próprio à Lusa.

“A suspensão tinha um prazo, que acabava na segunda-feira, e agora volto a ser o presidente da Câmara até tomar posse na Assembleia da República, o que deve acontecer no início de abril”, afirmou Emídio Sousa.

No seu terceiro mandato como presidente da Câmara da Feira, o autarca não conta, contudo, assumir funções efetivas no executivo e estará entretanto a usufruir de férias, pelo que, até à sua saída formal para o parlamento, a condução dos destinos do município ficará entregue ao seu número dois, o vice-presidente Amadeu Albergaria.

Emídio Sousa criticou, aliás, o escrutínio a que a sua posição na autarquia ficou sujeita desde que se assumiu como candidato às eleições legislativas e cabeça de lista pelo círculo de Aveiro, onde a AD venceu com 35,13% dos votos e elegeu sete deputados, seguida do PS, com 27,69% e cinco eleitos, do Chega, com 17,25% e três lugares, e a Iniciativa Liberal, que obteve 5,11% e um assento parlamentar.

Para o autarca, “é absolutamente ridículo e indigno a lei dizer que os candidatos que são presidentes de câmara têm que suspender funções para fazer campanha quando não exige o mesmo a primeiros-ministros, a ministros ou a secretários de Estado”.

“Quem está no Governo pode continuar em funções enquanto é candidato, mesmo tendo mais visibilidade nacional, e a discriminação é só para os presidentes de câmara”, afirmou.

Segundo os resultados provisórios das eleições de domingo, a AD, liderada por Luís Montenegro, obteve 29,49% dos votos recolhidos em todo o país e conseguiu 79 deputados para a Assembleia da República.

O PS ficou em segundo lugar com 38,66% dos votos e a eleição de 77 lugares, seguindo-se o Chega como terceira força política nacional, com 18,06% dos votantes e 48 eleitos.

Garantindo o mesmo número de assentos da legislatura anterior, a IL conseguiu oito lugares na Assembleia da República, o BE cinco e o PAN um, enquanto o Livre aumentou a sua representação de um para quatro deputados e a CDU, em sentido contrário, perdeu dois parlamentares e ficou agora com apenas quatro.

Por apurar estão ainda quatro deputados a eleger pela comunidade emigrante, cujo sentido de voto só será conhecido a 20 de março. Só após essa data, e depois de ouvir todos os partidos com representação parlamentar, é que o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.