“Há mais lojas fechadas do que abertas”, foi comentando a comitiva de mais de uma dezena de socialistas que entre as 10:30 e as 12:30 percorreu as ruas do centro histórico de Santarém, distribuindo panfletos, apelando ao voto e ouvindo queixas de lojistas e populares.

Nas ruas, quem passava queixava-se da “falta de estacionamento”, da “sujidade causada pelos pombos e da falta de limpeza”, dos estragos “causados pelos skaters no largo do Seminário” e dos “edifícios degradados e abandonados”.

O cabeça de lista, que se juntou à comitiva apenas às 11:30, ouviu e não escondeu que o “entristece” ver o centro histórico, um ex-líbris da cidade, “praticamente em estado de abandono, com as lojas fechadas, com edifícios devolutos degradados e com falta de estacionamento, que resulta de uma má opção do governo do PSD [na Câmara] nestes 16 anos”.

A concessão do parque de estacionamento no Jardim da Liberdade “implicou que no planalto da cidade o estacionamento seja todo pago” e “muito caro”, fator que considerou contribuir para a “muito preocupante desertificação e o despovoamento do centro histórico”.

Daí que, de entre os 15 grupos temáticos criados pela candidatura do PS, um seja dedicado ao centro histórico e Manuel Afonso pretenda, se for eleito, constituir um grupo de apoio técnico específico para esta zona.

O objetivo será “fazer rua a rua o levantamento de todos os edifícios devolutos, falar individualmente com cada proprietário e encontrar formas de os reabilitar”.

A aposta do socialista passa ainda por dialogar com a diocese para que os seus monumentos sejam “conservados e abertos” à população e visitantes de Santarém, que “não pode ser a Capital do Gótico fechado, que é o que acontece hoje”.

Ao longo do périplo pelas ruas de “calçada irregular” Manuel Afonso vai falando da intenção de “melhorar a mobilidade de peões” ou “aumentar a segurança” da área onde hoje recebeu várias manifestações de apoio.

“No domingo voto em si” ou “conte com a minha ajuda para ser eleito” foram algumas das frases ditas ao candidato, que se disse “muito motivado” para o ato eleitoral.

Se no domingo ganhar a Câmara, liderada pelo PSD, promete que seis meses depois fará “um congresso para ouvir as pessoas e as instituições” e auscultar “aquilo que querem que seja feito”.

Candidatam-se à Câmara Municipal de Santarém o atual presidente, Ricardo Gonçalves (PSD), o socialista Manuel Afonso, a bloquista Fabíola Cardoso, André Gomes (CDU), o dirigente nacional do Chega Pedro Frazão, Alexandre Paulo (CDS-PP), Rita Lopes (PAN) e Marcos Gomes (IL).