Fernando Medina chegou à Aula Magna para o único comício da campanha, cerca das 19:30, acompanhado pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, tendo sido recebido na sala por centenas de apoiantes, que envergavam bandeiras e proferiam gritos de apoio.
Num discurso de cerca de 30 minutos, Fernando Medina procurou realçar as principais diferenças da sua candidatura em relação, sobretudo, aos partidos de direita, embora também com algumas referências à esquerda.
“A primeira grande diferença está numa palavra fundamental. Chama-se compromisso com a cidade. Se alguma coisa ficou clara, ao longo destas semanas e destes meses, é que a direita verdadeiramente não ambiciona um futuro para a cidade de Lisboa”, defendeu o candidato e atual presidente da Câmara de Lisboa.
Para Fernando Medina, “o que a direita ambiciona nestas eleições é procurar a segunda volta do jogo que perdeu na disputa do poder ao nível legislativo”.
Apontando que os adversários à direita salientam que “é preciso libertar Lisboa do socialismo”, o cabeça de lista da coligação ‘Mais Lisboa’ (PS/Livre) reforçou: “verdadeiramente o que a direita procura nestas eleições não é um projeto para servir Lisboa e para servir os lisboetas, procuram uma alavanca para conquistar o poder”.
“E vão mais longe, dizendo que o papel de um presidente de Câmara […] é de oposição ao líder do Governo central”, criticou, contrapondo que a sua função é a de “primeiro defensor de todos os lisboetas”.
A segunda diferença política, afirmou Fernando Medina, prende-se com o tema da habitação.
Neste ponto, o candidato ‘atirou-se’ à direita que considera que a “habitação é um bem que se adquire no mercado” em vez de “um direito fundamental”, mas também à esquerda que defende exclusivamente o pilar público do Programa Renda Acessível.
“A minha prioridade é construir e reabilitar casas a preços que as pessoas possam pagar e chegar o mais rapidamente a quem precisa”, destacou.
Em matéria de alterações climáticas, o socialista sublinhou que se trata do “combate mais importante das atuais gerações”, defendendo que a dependência do transporte individual “precisa de ser enfrentada”.
Por fim, acrescentou, a quarta diferença que “esta campanha tornou muito evidente”, diz respeito à saúde.
“É que a nossa aposta, os nossos recursos, são para continuar a reforçar o Serviço Nacional de Saúde”, afirmou.
“Nós não faremos a publicidade enganosa que é oferecer duas consultas por ano”, disse, referindo-se à medida de um seguro de saúde para os mais idosos, inscrita no programa eleitoral do seu principal adversário, o social-democrata Carlos Moedas.
Fernando Medina deixou a garantia de que a Câmara de Lisboa irá “dotar a cidade de Lisboa de uma rede de cuidados primários, que sirva todos”.
O início do discurso do candidato do PS/Livre ficou ainda marcado por elogios à ministra da Saúde, que classificou como a “guardiã deste combate à pandemia” de covid-19.
“Ó Marta, só mesmo a brincar é que podes dizer que alguém tem um trabalho mais difícil do que o teu. Não tem”, sublinhou.
Além de Fernando Medina (PS) e Rui Tavares (Livre), intervieram no comício Marta Temido, Duarte Cordeiro, a atual vereadora da Habitação e recandidata, Paula Marques, a cabeça de lista à Assembleia Municipal de Lisboa, Rosário Farmhouse, e Pedro Anastácio, da JS/Lisboa e candidato à autarquia.
Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa Fernando Medina (coligação PS/Livre), Carlos Moedas (coligação PSD/CDS-PP/PPM/MPT/Aliança), Beatriz Gomes Dias (BE), Bruno Horta Soares (IL), João Ferreira (PCP), Nuno Graciano (Chega), Manuela Gonzaga (PAN), Tiago Matos Gomes (Volt), João Patrocínio (Ergue-te), Bruno Fialho (PDR), Sofia Afonso Ferreira (Nós, Cidadãos!) e Ossanda Líber (movimento Somos Todos Lisboa).
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