“Não há razão para que nos pressionem acerca das obrigações do JCPOA [Plano de Ação Conjunto Global, o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano]”, disse em Teerão Mohammad Eslami, chefe da Organização Iraniana de Energia Atómica (OIEA), citado pela agência de notícias ISNA.
“Atuaremos no marco das salvaguardas do TNP e não aceitaremos mais do que isso”, sublinhou.
Eslami declarou que se os outros signatários do JCPOA não cumprem as suas obrigações, o Irão também não tem de o fazer.
O pacto nuclear de 2015 limitou o programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções económicas, mas os Estados Unidos abandonaram unilateralmente o acordo em 2018, restabelecendo sanções, e o Irão respondeu com o desrespeito dos seus compromissos no pacto.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) há muito denuncia que o Irão já ultrapassou os limites impostos no acordo de 2015, produzindo mais urânio enriquecido com equipamentos mais modernos, enquanto bloqueia as inspeções ao seu programa nuclear.
As declarações de Eslami surgem enquanto decorrem negociações em Viena entre o Irão e Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China – com os Estados Unidos a participar indiretamente – para salvar o acordo de 2015.
Os países europeus deram conta na segunda-feira da sua “frustração” com a atitude do Irão na negociação, considerando Teerão hoje que esses países estão envolvidos num “jogo de lançar culpas”.
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