“Depois de avaliar todas as circunstâncias e conclusões e pesar todos os interesses, em particular o direito fundamental à liberdade de reunião, a polícia de Berlim proíbe” a manifestação marcada para domingo entre as 14:00 e as 18:00 [13:00 e 17:00 em Lisboa] na praça Potsdamer e a celebração de “qualquer outro evento substituto” em Berlim até 30 de outubro, indicou um comunicado das autoridades.

A polícia berlinense especificou que a decisão foi tomada “com base nas experiências dos últimos anos e também no passado recente, nas novas conclusões e na preparação de uma análise” pelas autoridades competentes no contexto do recente conflito no Médio Oriente entre Israel e o movimento islamita Hamas.

Segundo esta avaliação, “existe o perigo iminente” de que durante a manifestação sejam registadas “proclamações de incitação ao ódio e antissemita, glorificação da violência” e seja transmitida a vontade de usar a “intimidação e atos violentos”.

A polícia de Berlim mantém assim a sua estratégia de proibir manifestações pró-palestinianas, depois de na sexta-feira ter anunciado a proibição de dois protestos previstos para hoje no centro da cidade.

Apesar das proibições, nos últimos dias têm sido realizadas reuniões pró-Palestina e foram registados episódios de violência em Berlim que resultaram em numerosas detenções e no envio de cerca de 900 agentes para garantir a segurança.

A polícia confirmou hoje a sua presença no centro da cidade para fiscalizar o cumprimento da proibição de manifestações.

Este fim de semana estão previstas manifestações pró-palestinianas em várias cidades alemãs e hoje já estão a decorrer algumas – umas autorizadas e outras não -, sem que tenham sido registados até ao fim da tarde incidentes de relevo, segundo a comunicação social.

Em Dusseldorf, no oeste da Alemanha, cerca de 5.500 pessoas reuniram-se ao início da tarde, segundo estimativas da polícia, enquanto em Hamburgo (norte), onde as manifestações também foram proibidas até domingo, as forças de segurança dispersaram um protesto não autorizado.

O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impondo um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.