“Os governos, as instituições multilaterais e o setor da filantropia não são suficientes para fazermos um progresso adequado rumo aos objetivos climáticos e da pobreza nos mercados emergentes e nos países em desenvolvimento”, disse Ajay Banga.
“A escala dos nossos desafios requer que o setor privado desempenhe um papel significativo, ao lado do Banco Mundial e de outras instituições de desenvolvimento”, acrescentou.
As declarações do novo presidente do Banco Mundial surgem depois de uma reunião, esta semana, de várias instituições multilaterais financeiras, entre as quais participaram a diretora-executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente designado da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP) 28 e o enviado especial das Nações Unidas para o Clima.
“Durante anos, tentámos (mas ficámos aquém) mobilizar investimento privado significativo nestes mercados”, admitiu o novo líder do maior banco multilateral do mundo, acrescentando que “dada a urgência e a escala” dos “desafios interligados” tem de se “tentar novas abordagens”.
O envolvimento do setor privado no financiamento de projetos transformadores que consigam implementar medidas de mitigação das alterações climáticas e potenciar o crescimento verde nas economias mais desfavorecidas tem sido um dos principais temas dos debates mundiais do setor financeiro no que diz respeito à ajuda aos países menos desenvolvidos, nomeadamente em África, o continente que sofre as piores consequências das alterações climáticas, apesar de ter sido o que menos contribuiu para a sua causa.
Entre as medidas defendidas pelos participantes na mesa-redonda de Paris, no âmbito da Cimeira para um Novo Pacto de Financiamento Global, está a decisão de pedir aos bancos multilaterais para o desenvolvimento e para os fundos climáticos especiais que “implementem medidas que simplifiquem e acelerem o acesso a financiamento climático e implementem medidas práticas de trabalhar em conjunto, num sistema, com o objetivo de acelerar e dar escala ao financiamento da transição climática nos mercados emergentes e nos países em desenvolvimento”.
De acordo com um comunicado divulgado pelo FMI, “os participantes reconheceram que o capital privado vai ter de desempenhar um papel decisivo sobre o défice de financiamento para a transição para economias de carbono zero, o que vai requerer uma ação concertada por parte de todos os participantes para posicionarem o financiamento da transição climática como uma ótima oportunidade de investimento”.
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