O dirigente da Federação Nacional de Educação (FNE), Pedro Barreiros, disse à Lusa que as bandeiras percorreram as escolas de norte a sul no último mês e meio, reunindo milhares de assinaturas que mostram “o profundo descontentamento pelos resultados das sucessivas reuniões com o Ministério da Educação”.
“A nossa bandeira diz “Se querem valorizar a Educação tratem bem os que cá estão”, mas não é isso que o Governo está a fazer. Os professores não andam em contestações e em lutas porque acham muito interessante, muito pelo contrário”, sublinhou.
A recuperação de todo o tempo de serviço que esteve congelado durante a crise económica é um dos principais motivos dos protestos e greves dos professores, que têm neste momento a decorrer uma greve por distritos.
Sobre a desvalorização de que os professores dizem ser alvo por parte do Governo, Pedro Barreiros deu como exemplo a reunião de quinta-feira em que “o senhor ministro disse que da parte do Governo não há disponibilidade nenhuma para recuperar um dia que seja” dos mais de seis anos e meio de carreira congelada.
“Nós recordamo-lo de que já houve outros momentos em que o Governo também dizia não haver disponibilidade nenhuma, mas depois aceitaram recuperar dois anos e nove meses”, acrescentou, sublinhando que as greves vão continuar até que o Governo aceite recuperar os seis anos e meio que faltam.
Na reunião de quinta-feira entre os sindicatos e responsáveis do ministério da Educação, esteve em cima da mesa uma proposta que a tutela disse que iria acelerar a progressão na carreira, mas, segundo o dirigente da FNR, a proposta “não acelera nada, o ME está em ponto morto”.
A reunião de quinta-feira entre Ministério da Educação e sindicatos terminou sem acordo e com os professores a ameaçar continuar com greves até aos exames nacionais caso a tutela recuse recuperar todo o tempo de serviço congelado.
Sem acordo, os sindicatos prometem continuar a lutar e ameaçam com novos protestos, alem da greve por distritos que está a decorrer desde segunda-feira e vai terminar em 12 de maio em Lisboa.
A possibilidade de realizarem greve aos exames nacionais também está em cima da mesa: “Os professores têm-nos dito isso e nós não afastamos cenários nenhuns, só se houver uma solução para estes problemas”, acrescentou Mário Nogueira, sublinhando que os docentes preferiam que não fosse necessário.
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