“É o aeroporto que a Vinci quer. Ora, quando António Costa diz, na verdade, não desdiz Montijo, mantém o Montijo como opção e diz que quer um acordo com o PSD, o que lemos é que estará à espera do conforto do PSD para avançar com o Montijo, a posição histórica do PSD, como sabem, é o Montijo”, declarou a coordenadora do Bloco de Esquerda (BE).

Numa conferência de imprensa em Lisboa, para apresentação das conclusões da Mesa Nacional do BE, Catarina Martins lembrou que foi o PSD que vendeu a ANA – Aeroportos de Portugal à empresa francesa Vinci, acrescentando o facto de José Luís Arnaut, ex-secretário-geral do PSD, ser hoje em dia o representante dos interesses da Vinci em Portugal.

“Preocupa-nos esse acordo do Bloco Central, não sobre as necessidades da economia portuguesa, não sobre a melhor solução para um aeroporto, mas sim para servir os interesses da multinacional Vinci, que tem feito milhões à conta dos aeroportos que lhe foram entregues, do nosso ponto de vista, erradamente”, afirmou a líder do BE.

A bloquista reforçou que “o Partido Socialista (PS) e o Governo continuam a querer fazer o aeroporto do Montijo”, considerando que essa opção “é errada” em termos ambientais e económicos.

“É um aeroporto que, com a subida do nível das águas, não tem nenhum futuro no nosso país”, apontou.

Questionada sobre se o Governo está mais fragilizado com a crise criada em torno do futuro aeroporto na região de Lisboa, Catarina Martins considerou que a situação “tem sobretudo a ver com tensões internas no próprio Partido Socialista”, recusando-se a pronunciar sobre a vida interna do PS.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro, o socialista António Costa, determinou a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que no dia anterior apresentou esta proposta.

Após essa situação, o ministro Pedro Nuno Santos assumiu “erros de comunicação” com o Governo nas decisões que envolveram o futuro aeroporto da região de Lisboa, afirmando que “obviamente” se mantém em funções.

Já o primeiro-ministro manifestou-se certo de que o ministro das Infraestruturas não agiu de má-fé ao anunciar uma solução para o novo aeroporto sem a concertar consigo e considerou que a confiança política está “totalmente restabelecida”.

A solução apontada passava por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro Alcochete estiver concluído, previsivelmente em 2035.

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