Em declarações à agência Lusa, a deputada bloquista Isabel Pires explicou os motivos da marcação da interpelação ao Governo sobre "a crise no serviço postal e a recuperação do controlo público dos CTT", que decorre esta tarde no parlamento e que conta com a presença do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, de acordo com fonte oficial do executivo.
“Aquilo que nós queremos com este debate é que o Governo tenha uma posição clara sobre o que é que quer para os CTT, qual é que é o plano concreto que tem para os CTT num futuro próximo e que papel mais é que pretende ter na gestão direta desta empresa”, sintetizou a deputada do BE.
De acordo com Isabel Pires, “há algumas questões importantes a resolver, especificamente no ano de 2020, sobre os CTT”.
“O processo de privatização foi absolutamente ruinoso e a cada ano que passa os relatórios que são feitos e os dados sobre o serviço e a qualidade do serviço demonstram exatamente esse erro”, criticou.
Segundo a deputada bloquista, no final deste ano “termina o contrato de concessão e até agora ainda não houve nenhuma indicação absolutamente concreta por parte do Governo sobre como é que está a trabalhar para o novo contrato de concessão de serviço postal” nem sobre “as garantias que vai pedir para o novo contrato de concessão”.
Em relação ao papel do Estado nos CTT, a pretensão do BE para que se avance para uma nacionalização é antiga.
“Tem havido algumas declarações públicas de alguns governantes que indicam que não fecham a porta a uma maior participação no Estado na empresa, mas do nosso ponto de vista é preciso clarificar o que é que isto significa concretamente”, apontou.
Para Isabel Pires, devia manter-se o “debate na necessidade de nacionalização dos CTT”.
“Até porque os argumentos que têm sido utilizados mesmo por parte do Governo para defender os CTT para um putativo próximo contrato de concessão são exatamente os argumentos que justificam a nacionalização desta empresa”, justificou.
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