“É verdade que o Banco de Portugal não se portou muito bem, mas não se pode desculpar quem atuou mal pelo que regulador possa não ter feito bem. Isso não é aceitável e o BE não aceitará esse tipo de discurso”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas.
Numa entrevista, publicada hoje nos diários JN e DN e também citada pela rádio TSF, o antigo presidente do banco critica o governador do Banco de Portugal, afirmando que a instituição “provocou o colapso do BES”.
Refere também que nunca foi hostilizado pelos lesados do BES e que compreende as razões de queixa que apresentam, defendendo que sempre teve intenção de pagar tudo a toda a gente e, se não o fez, foi porque "o governador do Banco de Portugal decidiu avançar com a resolução do BES".
Catarina Martins, que falava em Valongo, à margem de uma visita ao Parque das Serras do Porto, referiu, contudo, ainda não ter lido a entrevista.
Questionada sobre as conversões do BE com o Governo sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2018, a coordenadora afirmou ter a expectativa de que o documento, quando for entregue no parlamento, a 15 de outubro, “já tenha nas linhas gerais daquilo que são os grandes compromissos das posições conjuntas assumidas com a atual maioria” parlamentar.
Contudo, destacou, “há matérias do orçamento e há matérias que são compromisso que devem estar fechadas antes do OE”, designadamente o direito a uma reforma por inteiro a todos aqueles que “começaram a trabalhar criança e já têm 60 anos”.
Segundo a coordenadora do BE, “há matérias em aberto e há matérias que, não sendo do orçamento, para o BE são prioritárias que sejam resolvidas”.
“Não é novidade para ninguém se dissermos que estamos muito preocupados com a criação de mais escalões de IRS que possa aliviar os rendimentos das famílias, ou com a capacidade que os serviços públicos vão ter para atuar, nomeadamente para melhorar escola e o Serviço Nacional de Saúde”, disse.
A responsável afirmou ainda que o BE “leva muito a sério os seus compromissos”.
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