“Neste momento há um barco no Mediterrâneo, o Sea-Watch, com 43 refugiados a bordo, que salvou da morte no Mediterrâneo. Este barco, o Sea-Watch, com estas 43 pessoas a bordo, não tem nenhum porto onde acostar porque Itália lhe fechou todas as portas e os outros países europeus também não estão a querer o acolhimento”, relatou Catarina Martins, que visitou hoje, Dia Mundial do Refugiado, duas famílias iraquianas que estão em Portugal abrangidas pelo programa de acolhimento da Câmara de Lisboa.
Na perspetiva da líder bloquista, “Portugal podia dar esse sinal e oferecer-se para que o Sea-Watch possa parar num porto português e assim as pessoas poderem sair do barco”.
“É uma situação humanitária de urgência. 43 pessoas que foram salvas da morte no Mediterrâneo estão neste momento num barco que não tem onde parar. Portugal pode abrir as portas”, apelou.
Portugal, para Catarina Martins, tem “condições para valer a estas 43 pessoas que estão a lutar pela sua vida”.
“O Sea-Watch está a lançar um apelo a todos os países europeus e, portanto, está também a lançar o apelo a Portugal, naturalmente. O Bloco de esquerda dará também por todos os canais nota desta ideia”, garantiu.
No Dia Mundial dos Refugiados, segundo Catarina Martins, assinala-se a “necessidade de acolher quem é obrigado a deixar a sua terra, a fugir da guerra, da perseguição, das condições mais duras”.
“Em Portugal, nós temos feito o acolhimento de refugiados de uma pequena parte dos refugiados. É bom lembrar que há no mundo neste momento 70 milhões de refugiados. Apenas uma pequeníssima percentagem chega à Europa e dessa parte Portugal assume a sua responsabilidade”, detalhou.
Enaltecendo que em Portugal a sociedade é solidária e compreende “a responsabilidade de acolher quem foge de tudo”, a líder bloquista assume que não está tudo bem.
“Nós recentemente aprovamos no parlamento a proposta para garantir o ensino do português, cursos portugueses oficiais, aos refugiados que chegam. É muito importante. A família com que estivemos ainda agora, dizíamos isso”, relatou.
É responsabilidade do país dar o acesso à língua às pessoas que são acolhidas.
“Devemos repensar o tempo dos programas de acolhimento porque 18 meses, um ano e meio, para quem vem de outro sítio, com outra língua, com outra cultura, para quem chega cá, com todas as mazelas e o sofrimento de uma travessia que é terrível a fugir da guerra, do desastre, 18 meses é muito pouco para que as pessoas possam aprender a língua, recompor a vida, serem integrados”, defendeu.
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