As propostas fazem parte de um projeto de resolução, entregue na Assembleia da República e divulgada em comunicado, que recomenda “medidas de mobilidade e redução do uso do automóvel através de um plano de transportes intermodais” na Área Metropolitana do Porto (AMP) e na região Norte.
O BE pretende ainda que o Governo “estude a implementação e construção de sete novos silos de estacionamento como interface, situados em zonas de confluência com transportes suburbanos, de modo a incentivar a decisão de deixar o carro fora das cidades e a adesão ao sistema de passes intermodais em vigor na Área Metropolitana”.
A intenção é que se “inclua na tarifa dos transportes públicos a do estacionamento nestes locais de interface, de forma a garantir uma eficaz e imediata interligação e transposição para o transporte público coletivo”.
O BE defende também a reativação da linha de Leixões “em articulação com as restantes intervenções, tendo em conta as interfaces com a linha de metro e articulação com os polos empresariais em desenvolvimento no território que possam vir a ser servidos por esta linha e com possível ligação ao aeroporto”.
Quanto ao metro, o grupo parlamentar do BE quer também a ligação do polo universitário do Porto a Matosinhos.
O estudo de “uma nova linha na sub-região do Vale do Sousa ligando Valongo-Paredes-Paços de Ferreira-Lousada-Felgueiras” é outra das propostas.
O BE pretende ainda que o governo “garanta uma correta articulação de frequência e horários do metro do Porto com o transporte coletivo rodoviário, com as linhas da CP de Aveiro, Minho, Braga, Guimarães e Douro (Caíde/Marco de Canaveses, Régua)”, bem como a “requalificação destas últimas” e “a disponibilização de horários em tempo real nas interfaces”.
A “articulação e equipamentos que potenciem o uso de meios de transporte de mobilidade suave, seja bicicleta, trotinete ou ligações pedonais entre interfaces que exponenciem o uso destes equipamentos” é outra das medidas apresentadas.
O BE refere que “recentes dados do INE [Instituto Nacional de Estatística] relativos ao Inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto de 2017 mostram que o automóvel privado foi utilizado em 68% e 59% das deslocações, respetivamente”.
“Os transportes públicos e/ou coletivos representaram 16% das deslocações na AML e 11% na AMP”, acrescentam.
As restantes deslocações “foram feitas a pé ou em modos suaves” e, “no conjunto das duas áreas metropolitanas, há cerca de 2,9 milhões de deslocações/dia que se realizam de fora para dentro das áreas metropolitanas (e vice-versa)”.
Por isso, sustenta o BE, “não se pode tratar a gestão da mobilidade metropolitana desconsiderando as suas periferias territoriais”.
O BE lembra que, “em diversas partes do mundo, muitas cidades têm vindo a abraçar o objetivo de se tornarem cidades sem carros”.
“A transição é feita de forma gradual, começando pelo centro das cidades. Madrid proibiu recentemente a circulação da grande maioria dos veículos numa área central com quase 500 hectares. Oslo, Copenhaga, Bruxelas e muitas outras cidades estão a caminhar no mesmo sentido, tendo já demarcado significativas áreas”, descrevem.
O BE afirma que o projeto “teve em conta os contributos da Associação Portuguesa para a defesa do consumidor – DECO”, que “louva a iniciativa no sentido de alavancar um assunto de grande importância para os cidadãos/consumidores da AMP e que, por vezes, parece estar esquecido aos olhos dos órgãos de Administração local”.
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