“Ainda que o pudéssemos ter feito, dissemos resolutamente e corajosamente, de acordo com os preceitos do islão, que não nos envolveríamos nesse caminho” (o das armas nucleares), declarou o líder supremo do Irão, discursando diante de cientistas iranianos.
“Quer a construção quer a acumulação (de tais armas) é má, assim como a (sua) utilização é ‘haram’ (proibida pelo islão), absolutamente ‘haram'”, disse Khamenei segundo um vídeo com um extrato do discurso divulgado na sua conta oficial na rede social Twitter.
“Hoje, a bomba atómica continua a ser uma ameaça para o mundo e para a humanidade, visto um dia esta ameaça ter sido executada”, referiu, numa alusão à utilização da arma nuclear pelos Estados Unidos contra o Japão no final da Segunda Guerra Mundial.
O líder supremo iraniano repetiu por diversas vezes desde 2006 que o Irão não precisa da bomba atómica, que não a procura obter e que as armas de destruição em massa em geral e a arma nuclear em particular são contrárias aos preceitos do islão.
Khamenei alega, no entanto, que o Irão tem direito ao nuclear civil.
A República Islâmica é suspeita há anos pela comunidade internacional de procurar obter a arma nuclear.
Em 2015, o acordo sobre o nuclear iraniano concluído em Viena entre Teerão e o grupo 5+1 (os cinco membros permanente do Conselho de Segurança — Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China — mais a Alemanha), permitiu ao Irão obter um alívio das sanções internacionais em troca de uma redução drástica do seu programa nuclear, para garantir que este é exclusivamente civil.
Os Estados Unidos abandonaram o pacto unilateralmente em 2018 e restabeleceram sanções económicas ao Irão. Um ano depois, em resposta, Teerão começou a deixar de cumprir algumas das suas obrigações em relativas ao acordo.
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