As audições, decididas na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, estão planeadas ainda para dezembro e destinam-se a analisar os diplomas do Governo de reforma da estrutura de Proteção Civil, que está na origem da rutura entre o executivo e a Liga dos Bombeiros.
O CDS propôs a audição da Liga dos Bombeiros, Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) e do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, tendo o PSD juntado mais duas entidades, o Observatório independente para análise, acompanhamento e avaliação dos incêndios florestais e rurais, criada pelo parlamento, e a Associação Nacional de Municípios Portugueses.
Tanto o CDS, através de Vânia Dias da Silva, como o PSD, por Duarte Marques, sublinharam que esta divergência entre o executivo e os bombeiros "é inédita em Portugal" e criticaram a falta de diálogo do ministro relativamente às propostas apresentadas, em que nem a liga nem a Assembleia da República foram ouvidos.
O deputado socialista Filipe Neto Brandão afirmou que o PS não se opunha às audições, embora tenha alertado para a eventual "vocalização" dos protestos, contrariando os apelos "à contenção" do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, anunciou no sábado que os bombeiros deixavam de participar na estrutura da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o que motivou uma reação acusatória do ministro da tutela, Eduardo Cabrita, que classificou a decisão como “absolutamente irresponsável".
Este conflito já levou o Presidente da República para que todos os intervenientes evitem afirmações públicas que dificultem o diálogo neste "domínio muito sensível" da Proteção Civil.
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