Diogo Cordeiro, proprietário do único hotel atualmente aberto no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, tem todas as camas ocupadas há cerca de dois meses e até ao fim do Boom Festival, que termina no dia 18 de agosto.
"O hotel está esgotado e as reservas foram feitas até ao final do Boom Festival. Todos os que aqui estão são estrangeiros. Tenho aqui pessoas de 43 nacionalidades", disse.
O empresário não tem quaisquer dúvidas em afirmar que a realização do festival tem um "enorme impacto" na economia local, seja ao nível da hotelaria, seja na restauração ou no comércio em geral.
E, como exemplo, diz que a sua unidade hoteleira, com um total de 70 camas e 35 quartos duplos, tem uma taxa de ocupação média na ordem dos 20%, mas, durante os anos de realização do Boom festival, essa taxa sobe para os 100%.
"Chegam cá pessoas com grandes carros, topo de gama. Estacionam, entram de gravata e, quando saem, quase que não os reconheço. Estão aqui desde juízes a diplomatas", refere.
Diogo Cordeiro sublinha que Idanha-a-Nova, para sobreviver, precisa de eventos destes: "Devia haver Boom todos os anos".
"No inverno, endivido-me sempre e só consigo amortizar a dívida quando há Boom. O interior está parado, está vazio", desabafa.
Jorge Rafael, gerente da maior superfície comercial da vila, realça o impacto "muito significativo" que o Boom Festival tem na economia local.
"Comparando os anos em que decorre o Boom, com aqueles em que este não se realiza, registamos um acréscimo de vendas a rondar os 40%, na semana em que tem lugar o festival. Mais do que isso, verificamos que há pessoas que regressam depois de férias, mesmo sem o Boom", explica.
Este responsável realça ainda o facto de, nesta edição do festival, a organização ter facultado os contactos de fornecedores locais às pessoas que exploram restaurantes e bares, dentro do recinto do Boom Festival.
Jorge Rafael explicou ainda que, durante o período do Boom, tem de reforçar o número de funcionários e, inclusivamente, teve de contratar uma empresa privada de segurança para a sua superficie comercial, além de fazer o reforço do 'stock'.
Também a lotação da Pousada da Juventude de Idanha-a-Nova está esgotada há alguns meses, com metade da ocupação garantida por colaboradores de empresas que fornecem o festival e, a restante, por clientes individuais, "na sua maioria estrangeiros", segundo o coordenador da Região Centro da Movijovem, António Luís Silva.
O Parque de Campismo de Idanha-a-Nova, por seu turno, tem também notado um acréscimo de pedidos de informação, embora não tenha dados para comparar com os anos anteriores, uma vez que esta é a primeira edição do Boom Festival em que o parque é explorado pelo Centro Municipal de Cultura e Desenvolvimento (CMCD).
"A maioria dos campistas e caravanistas não faz reserva, mas temos registado um aumento de procura de informação por parte de portugueses e estrangeiros, que vão participar no festival", afirma Rui Mendonça, do CMCD.
Alfredo Vasconcelos, da organização do Boom Festival, adiantou que o evento movimenta cerca de 12 milhões a 13 milhões de euros, em cada edição, e tem um impacto direto de 30 milhões a 35 milhões de euros, na economia nacional.
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