“No que está sob responsabilidade da administração central, investimos e, por exemplo, no caso desta circunstância, há muitos anos foi determinada a realização de uma variante”, afirmou aos jornalistas, em Vilar Formoso, quando questionado sobre o acidente ocorrido na segunda-feira em Borba, no distrito de Évora.

Segundo o governante, “esta via foi transferida com uma alternativa segura e disponibilizada às populações de imediato (a variante entre Borba e Vila Viçosa)” e, na altura, “com a concordância do município, a mesma foi transferida para âmbito municipal”.

Pedro Marques considerou não ser o momento para estar a atribuir responsabilidades sobre o acidente, ficando esses apuramentos para o futuro.

“As condições que determinam a manutenção em funcionamento daquela infraestrutura, as condições de segurança e a forma como foi feita a exploração daquelas pedreiras na sua proximidade, tudo isso será objeto de uma análise”, frisou.

Na sua opinião, “agora é a fase do resgate e de uma palavra de atenção às famílias afetadas por esta situação e àquelas equipas que estão a fazer um trabalho tão exigente e complexo do ponto de vista técnico”.

Apesar de não ter responsabilidade sobre aquela via, o seu ministério está a acompanhar a situação “de um ponto de vista global”, acrescentou.

O deslizamento de um grande volume de terra na estrada entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, provocou a deslocação de uma quantidade significativa de rochas, de blocos de mármore e de terra para o interior de uma pedreira, pelas 15:45 de segunda-feira.

Segundo o comandante distrital de operações de socorro de Évora, José Ribeiro, estão confirmados dois mortos, operários da empresa que explora a pedreira.

As autoridades procuram ainda um número indeterminado de vítimas, cujas viaturas em que seguiam terão sido arrastadas para o interior da pedreira.

As autoridades de socorro destacaram a "complexidade" das operações em curso, sublinhando que vão ser "morosas e difíceis".

O Ministério Público instaurou, entretanto, “um inquérito para apurar as circunstâncias que rodearam a ocorrência”, referiu a Procuradoria-geral da República, em resposta enviada à agência Lusa.