De acordo com a mesma fonte, os corpos das duas vítimas estavam numa carrinha de caixa aberta, que foi arrastada para a pedreira.

Uma outra viatura e um idoso de 85 anos continuam ainda dados como desaparecidos.

Os dois corpos foram resgatados da pedreira mais profunda, que se encontra “em suspensão de lavra” (sem atividade), para onde foram arrastadas duas viaturas, a carrinha e um automóvel, que seguiam na estrada no momento da derrocada.

Segundo a mesma fonte, os cadáveres hoje retirados, que vão ser autopsiados nos serviços de Medicina Legal de Évora, são, alegadamente, de dois homens residentes em Bencatel, no concelho de Vila Viçosa.

"O condutor da carrinha de caixa aberta e de cor cinzenta, na casa dos 50 anos, terá informado a mulher que ia à tarde [do dia 19 deste mês] com o cunhado, na casa dos 30 anos, ao contabilista a Borba", segundo relatou na altura à Lusa fonte da junta de freguesia de Bencatel.

O terceiro desaparecido é um homem de 85 anos, residente em Alandroal, no distrito de Évora, que se deslocou no dia do acidente a Vila Viçosa.

O comandante operacional nacional da Proteção Civil, Duarte Costa, confirmou a "retirada da terceira e quarta vítimas da zona do sinistro", numa conferência de imprensa em Borba ao início desta tarde.

As operações de retirada dos corpos estavam em curso enquanto o responsável falava aos jornalistas.

O comandante Duarte Costa lembrou ainda que este é o "12.º dia de uma operação extremamente complexa", que tem "decorrido sem incidentes" e em que os trabalhos têm sido dedicados à "extração e bombagem de água para o exterior da pedreira", à "procura [dos locais] onde poderão estar as vítimas e as viaturas engolidas" com o desabamento da estrada e à "retirada das vítimas e das viaturas", assim que são localizadas.

Coordenadas pela Autoridade Nacional da Proteção Civil, as operações têm contado com a colaboração da Marinha, dos bombeiros voluntários, da força especial de bombeiros e da GNR, referiu o comandante operacional nacional da Proteção Civil.

O deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra e o colapso de um troço de cerca de 100 metros da estrada municipal 255, entre Borba e Vila Viçosa, para o interior de duas pedreiras contíguas ocorreu no dia 19 de novembro às 15:45.

Segundo a Proteção Civil, o acidente provocou a morte de dois trabalhadores da empresa de extração de mármores da pedreira que estava ativa, um maquinista e um auxiliar de uma retroescavadora, cujos corpos já foram recuperados.

Na pedreira contígua que estava sem atividade e possui o plano de água mais profundo, e onde nos últimos dias foram realizadas operações de drenagem, caíram as duas viaturas, com um total de três pessoas.

O Ministério Público instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente, que é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, e duas equipas da Polícia Judiciária estão a proceder a averiguações.

O Governo pediu uma inspeção urgente ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona de Borba.

[Notícia atualizada às 13h35]