Num seminário na London School of Economics, José Lúcio, professor no departamento de Geografia e Planeamento da Universidade Nova de Lisboa, defendeu que Portugal "não deve perder as oportunidades que vão ser trazidas" pelo potencial alargamento da plataforma continental e da zona exclusiva económica.
"É importante considerar extensão da plataforma como forma de equilibrar o impacto da europa continental e a deslocação do centro de decisão para leste", afirmou.
No seminário, intitulado "A Importância do Atlântico no Risco Geopolítico", discutiu-se como a saída do Reino Unido da UE poderá fazer deslocar o centro de decisão.
O alargamento da plataforma continental, insistiu Lúcio, deve ser visto como uma meta estratégica nacional essencial para o futuro, tese que defende no livro "Mar Calmo Nunca Fez Bom Marinheiro", escrito em parceria com José Góis Chilão.
O problema não é a UE, vincou, mas uma questão de estratégia, acrescentando: "Não devemos pôr os ovos todos no mesmo cesto".
O professor associado da Universidade de Loughborough Bernardo Ivo-Cruz advertiu para o mesmo risco de crescente influência dos países do leste, mas de uma perspectiva diferente, a de a saída do Reino Unido tirar "presença marítima" à UE.
Consultor em internacionalização de empresas entre a América do Sul, Europa e África, Ivo-Cruz reclamou para Portugal o papel de reconstrução da dimensão atlântica da UE.
"Países com tradição marítima, como Portugal e a Irlanda, vão perder importância e têm interesse que as negociações [do 'Brexit'] corram no tom mais amigável possível para evitarem tornar-se mais periféricos", argumentou.
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