"As condições de mar melhoraram", disse à Lusa Pedro Coelho Dias, porta-voz da Marinha, aludindo à ondulação na área das buscas, junto ao presumível local onde a embarcação naufragou, que possui agora cerca de um metro a metro e meio, depois de no dia do naufrágio ter chegado a atingir os três metros.

Pedro Coelho Dias adiantou que o navio hidrográfico Almirante Gago Coutinho está a operar um sonar de varrimento lateral que visualiza o fundo do mar: "é um desafio, porque não há uma posição exata da embarcação, há um grau de incerteza", argumentou.

Em comunicado, a Marinha lembra, a esse propósito, que aquando do naufrágio a tripulação da embarcação de pesca não emitiu um pedido de socorro "o que dificultou a aferição com precisão da posição do afundamento" e que o alerta automático foi recebido via satélite, através da rádio-baliza de emergência, uma boia que se solta da embarcação e vem à superfície, ficando à deriva no mar.

Estes mecanismos de alerta automático de emergência, explica a Marinha, "apenas indicam posições aproximadas", sendo que o navio de investigação científica está a operar numa área com cerca de seis quilómetros de diâmetro a 11 milhas (20 quilómetros) da praia da Costa de Lavos, a sul da Figueira da Foz, em torno da última posição conhecida da embarcação e da posição do alerta de naufrágio.

Estavam a bordo quatro pessoas, sendo que as autoridades já recuperaram três corpos estando ainda um pescador desaparecido.

A Marinha adianta que a operação do navio de investigação científica "é muito complexa, minuciosa e demorada e envolve risco, pois operará equipamentos acoplados ao navio que serão rebocados a diferentes profundidades, desde o fundo até à superfície".

Caso a embarcação seja detetada no fundo do mar, será posteriormente utilizado um veículo subaquático operado remotamente (denominado ROV) que permite a observação e recolha de imagens (vídeo e fotografia).

Os dados que venham a ser recolhidos pelo ROV permitirão, por um lado, aferir as condições da embarcação naufragada e, por outro, juntar informação ao inquérito em curso na Capitania do Porto da Figueira da Foz "na tentativa de apurar o que esteve na origem deste afundamento, aparentemente repentino".

"A utilização do ROV permitirá a operação a maiores profundidades e durante um período mais prolongado do que seria conseguido com recurso a mergulhadores", assinala.

Em declarações anteriores à Lusa, Pedro Coelho Dias disse que no local do alerta automático a profundidade situa-se em cerca de 70 metros - o equivalente à altura de um prédio de 25 andares - o que contribui para a dificuldade dos trabalhos de busca que, na quinta-feira, envolveram 83 operacionais da Marinha.

O comunicado refere ainda que a bordo do navio hidrográfico segue uma equipa de dez mergulhadores "com capacidade de realizar operações de mergulho a grande profundidade, até ao máximo de 81 metros, que terão como prioridade recuperar o pescador que se encontra ainda desaparecido" e que poderá estar no interior da embarcação.

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