"Estranhamos a notícia, até porque não fomos tidos nem achados no processo e só tomámos conhecimento do caso pela comunicação social", disse à agência Lusa o presidente da autarquia, Carlos Teles, vincando estar "triste" e "completamente contra" o encerramento do balcão.

Os CTT confirmaram na terça-feira o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação anunciado em meados de dezembro passado e que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.

Num esclarecimento enviado às redações, os CTT referem que o encerramento destas 22 lojas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente".

O presidente Câmara Municipal da Calheta realçou, no entanto, que o município, constituído por oito freguesias, é o maior em extensão da Região Autónoma da Madeira e, por isso, a população enfrenta "algumas dificuldades" em termos de mobilidade.

"É grave encerrar a loja no Arco da Calheta, que é a freguesia mais populosa", disse Carlos Teles, sublinhando que, deste modo, o município passará a dispor apenas de um balcão dos CTT, localizado na vila da Calheta, sede do concelho.

O município da Calheta tem 11.521 habitantes, sendo que 3.168 residem na freguesia do Arco (Censos de 2011).

"Vamos solicitar uma reunião com os CTT/Madeira para tentar inverter a situação, pois o sentido social e humano deve prevalecer sobre o sentido material", disse Carlos Teles, realçando que "não se pode olhar só para os números e esquecer as pessoas".

Em 19 de dezembro, os CTT anunciaram o Plano de Transformação Operacional, que prevê reduzir cerca de 800 pessoas na área das operações ao longo de três anos, em consequência da queda do tráfego do correio, de um total de 6.700 efetivos.