O estabelecimento escolar esteve hoje sem aulas por não existirem “as condições mínimas” para funcionar, devido à falta de funcionários, impossibilidade de fornecer refeições e necessidade de obras, segundo justificou a diretora do agrupamento de escolas n.º 4 de Évora, Maria de Lurdes Batista.
“Estamos disponíveis para encontrar uma solução, desde que seja equilibrada entre aquilo que são as responsabilidades do Governo e as da câmara”, avisou o autarca, recusando que “recursos municipais financiem o que são as responsabilidades do Governo”.
Pinto de Sá, que hoje visitou a ESAG, sublinhou tratar-se de “uma escola da responsabilidade do Ministério da Educação e não da câmara”, mas frisou que o município admite fazer a obra e, até, pôr a comparticipação nacional, desde que seja compensado.
A possibilidade, segundo o autarca alentejano, foi apresentada pelo município numa reunião com a secretária de Estado Adjunto e da Educação, Alexandra Leitão, ficando o Governo de analisar e dar uma resposta.
“Desde que haja vontade reciproca, da nossa parte há, é possível encontrar as soluções, mas é óbvio que obriga a abrir os cordões à bolsa e o Governo tem de pôr dinheiro obviamente”, acrescentou.
O autarca adiantou que, na mesma reunião com a secretária de Estado, o Ministério da Educação assumiu o compromisso de elaborar o projeto de intervenção na escola durante este ano, referindo que “infelizmente nem sequer há ainda projeto”.
Quanto à falta de assistentes operacionais, o presidente da Câmara de Évora disse que o problema afeta todas as escolas do concelho, num total de 42 funcionários em falta, e que também já foram apresentadas soluções ao Governo.
A Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos do Agrupamento de Escolas n.º 4 de Évora indicou que apoiou o protesto de hoje, reivindicando obras de requalificação urgentes na ESAG.
Trata-se de uma escola “com cerca de 40 anos” e que é “a única de Évora que não teve qualquer intervenção”, pelo que “necessita urgentemente de obras de requalificação”, argumentou à Lusa Dulce Santos, presidente da associação de pais e encarregados de educação.
“Foi uma escola que foi sinalizada para ter obras de requalificação”, aquando do início do programa comunitário Portugal 2020”, mas, “ate ao momento as obras não arrancaram”, criticou.
Os problemas no estabelecimento são vários e existem “há praticamente dois anos”, mas, nas últimas “duas semanas, a situação agudizou-se”, devido “à falta de pessoal não docente, às próprias condições da escola e ao facto de a cozinha ter entrado em rutura total e não ser possível confecionar as refeições”, indicou.
Além disso, acrescentou, “chove dentro do pavilhão polivalente, o chão das salas está todo a levantar” e “há salas com rachas no teto”, pelas quais “entra chuva e sol”.
A associação de pais e encarregados de educação vai ter uma reunião, hoje de tarde, com a direção do agrupamento para analisar a reabertura da escola, na quinta-feira, mas, segundo Dulce Santos, é necessário também o compromisso do Ministério da Educação para “encontrar uma solução”.
“Todos queremos que a escola esteja aberta na quinta-feira” e esta tomada de posição da direção “não foi fácil” e “prejudica os alunos e toda a comunidade escolar”, mas tratou-se de “o último suspiro”, no sentido de “chamar a atenção para o problema”, sublinhou.
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