“Marco Paulo era um grande artista, um grande homem. Um maravilhoso coração que marcou a música portuguesa e gerações inteiras, dos mais velhos aos mais novos. Foi símbolo de toda a luta contra as maiores adversidades: nunca desistiu, nunca parou de cantar, nunca deixou a sua paixão”, recorda o presidente da Câmara Municipal de Lisboa em comunicado enviado às redações.

“Ontem Marco Paulo deixou-nos, mas a sua voz continuará para sempre connosco e a cidade de Lisboa não podia deixar de lhe prestar homenagem. Pela longa e marcante carreira musical, pela relação de afetividade e proximidade pelo seu público, mas também pelo exemplo de luta e amor à vida que deu ao longo de muitos e muitos anos de doença”, conclui Carlos Moedas.

O voto de pesar hoje aprovado em reunião camarária, por unanimidade, inclui a manifestação de profundo pesar pelo falecimento do cantor, expressando à sua família, amigos e admiradores as mais sentidas condolências, e a atribuição, a título póstumo, de uma Medalha Municipal.

Tendo como modalidades Honra, Mérito e Bons Serviços, a Medalha Municipal destina-se a galardoar personalidades ou entidades de reconhecido mérito, serviços notáveis prestados à cidade de Lisboa por pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, e ainda a distinguir qualidades profissionais reveladas pelos trabalhadores ao serviço desta câmara municipal.

Em resposta à Lusa, a câmara esclareceu que a homenagem a Marco Paulo será com a Medalha Municipal de Mérito Cultural.

Recorde-se que o cantor Marco Paulo foi o intérprete de êxitos como "Eu tenho dois amores" e "Maravilhoso coração", e recebeu um Disco de Diamante, por mais de 1,5 milhões de discos vendidos.

O cantor, cuja carreira esteve ligada durante cerca de 34 anos ao produtor musical Mário Martins na discográfica Valentim de Carvalho, construiu um repertório maioritariamente de versões em português, tendo optado por um modelo de atuação no esteio de nomes como Tony de Matos (1924-1989), Rui Mascarenhas (1929-1987) e António Calvário.

Marco Paulo, nome artístico de João Simão da Silva, o intérprete de êxitos como "Eu tenho dois amores" e "Maravilhoso coração", nasceu em 21 de janeiro de 1945, em Mourão, no distrito de Évora, fixando-se com a família em Alenquer, no distrito de Lisboa, no final dos anos 1950, e depois no Barreiro (distrito de Setúbal), já na década de 1960.

Em maio de 2022, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o cantor com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelos seus 50 anos de carreira, numa cerimónia no Palácio de Belém, em Lisboa.

*Com Lusa

(Notícia atualizada às 13h15)