"Este é um destino turístico por excelência e uma das questões que os turistas querem saber é as condições de saúde que têm nos destinos para onde viajam. Nós achamos que é importante fazer este aviso", disse Nuno Manjua, coordenador da direção regional do SEP.
O dirigente sindical mostrou à comunicação social, em Faro, um dos 'minibus' utilizados na campanha, que pretende apelar à ajuda da Região de Turismo do Algarve e dos empresários do setor turístico.
"Aquilo que nós queremos é a ajuda dos empresários do turismo, para exigir, junto do Ministério da Saúde, que de uma vez por todas acabe com a carência crónica de enfermeiros no Algarve, a região de saúde do país com menor número de enfermeiros. Isto é que não é admissível", salientou o responsável do SEP.
Nuno Manjua estima que nas unidades hospitalares de Faro e Portimão do Centro Hospitalar Universário do Algarve (CHUA) sejam necessários cerca de 350 enfermeiros e nos centros de saúde da região cerca de 150, já segundo as novas regras de 35 horas de trabalho semanais, a partir de 01 julho.
"Os horários já estão feitos. Em 01 de julho deveria entrar as 35 horas em vigor para todos os enfermeiros e há horários que estão a sair ainda com as 40 horas. Precisamente uma demonstração da dificuldade que têm em não ter enfermeiros para poder fazer horários", frisou.
O dirigente do SEP disse não compreender o atraso no anúncio da contratação de dois mil profissionais, feito na quarta-feira pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.
"Se já desde o ano passado sabiam desta necessidade, por que é que esperaram até ontem [quarta-feira], ou os últimos dias, para fazer este anúncio, quando já poderiam ter autorizado a contratação?", questionou.
O dirigente sindical admite a existência de ruturas nas unidades de saúde da região durante o verão, quando o número de pessoas no Algarve triplica, lembrando que o Serviço de Urgência Básica de Albufeira atende "praticamente" o mesmo número de pessoas do que os principais serviços de Urgência, em Faro e Portimão.
"É natural que haja rutura. Vai haver rutura no atendimento e nos profissionais. Já estão exaustos, vão fazer muitas mais horas extraordinárias, o que vai levar ao aumento de baixas médicas, porque as pessoas não conseguem ter disponibilidade física e mental para aguentar", alertou Nuno Manjua.
O coordenador regional do SEP manifestou-se igualmente preocupado com o facto de o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) continuar centralizado em Lisboa, o que "vai aumentar o tempo de espera de atendimento das chamadas e o tempo de espera da resposta" aos doentes algarvios.
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