O fluxo de embarcações, dos mais diversos tipos, para as ilhas, excedeu os 300 imigrantes por dia, em seis dos últimos sete dias, com a exceção a ser sábado, em que se contaram 226.

Há mais de uma década que não se viam nas Canárias chegadas de imigrantes com esta dimensão, que fazem recordar a situação vivida em 2006-2008.

A consequência mais imediata é que a capacidade de acolhimento das várias instituições está excedida, apesar da decisão do Ministério das Migrações de contratar complexos turísticos vazios para funcionarem como acolhimentos de emergência.

Esta decisão permitiu obter três mil lugares.

A ponta de icebergue de tudo isto é o porto de Arguineguín, onde operam os três navios destacados pelo Salvamento Marítimo para a Grande Canária, onde está o acampamento para o primeiro acolhimento dos migrantes.

O que tinha sido pensado inicialmente como uma instalação da Cruz Vermelha, que se montava e desmontava, com cada embarcação chegada às ilhas, converteu-se em um campo de tendas de campanha que foi submerso pelos acontecimentos.

O Ministério optou por pagar alojamentos turísticos como recurso de urgência há um mês, ao considerar insustentável a acumulação, ao longo de dias, de cerca de 400 pessoas, no porto de Arguineguín. A meio da tarde de hoje, estavam no molhe 1.352, segundo a Cruz Vermelha.

Durante o dia, as tripulações do Salvamento Marítimo não pararam.

Entretanto, o presidente das Canárias, Ángel Víctor Torres, recebeu em Las Palmas o cônsul de Marrocos, Ahmed Moussa, para analisar a situação, uma vez que, desde há meses, a grande maioria dos recém-chegados são marroquinos.

Os dois dirigentes prepararam a próxima visita de governantes de Espanha a Marrocos, para procurar soluções diplomáticas para esta crise.

O dirigente canário diz estar convencido de que se pode tapar a rota do Estreito de Gibraltar e do Mar de Alborán, também se podem esforços no mesmo sentido na rota atlântica, para as Canárias.