"A minha mulher correu para junto da criança e não conseguia parar de chorar (...) porque assistiu a tudo e à aflição da mãe abraçada à filha. Foi horrível. Eu corri para ajudar o nadador salvador, pois havia cada vez mais pessoas a chegar à praia e queriam bater no piloto da avioneta e no tripulante, também eles cheios de medo", afirmou o jogador, citado na página do clube na internet.

"Eu meti-me no meio para tentar evitar que acontecesse outra tragédia. Quis ajudar. A solução não era bater, era manter a calma e esperar que as autoridades, a polícia e a ajuda médica de emergência chegassem. Manter a calma era o mais importante no momento", acrescentou o basquetebolista.

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Uma aeronave Cessna 152 aterrou quarta-feira de emergência na praia de São João da Caparica, em Almada, uma ação que provocou dois mortos, uma criança de oito anos e um homem de 56.

A aeronave realizava um voo de instrução que saiu de Cascais e tinha como destino Évora, tendo entrado em contacto com uma torre de controlo reportando uma emergência.

"Estava na praia com a minha mulher e vimos a avioneta a voar de forma estranha, muito baixa, como se estivesse prestes a cair. E vimos mesmo a avioneta a cair na praia e a embater no homem e na menina. Foi muito complicado, viveram-se momentos de muito medo e aflição", relatou o jogador.

Nicolas dos Santos recordou que "as pessoas começaram a correr em pânico, a fugir, vimos vários pais a correr com os filhos. Foi horrível", disse.

Marina Roucha também estava na praia com familiares quando se deu o incidente e confirmou à Lusa que se viveram momentos de pânico.

"A avioneta vinha direita, mas a voar muito baixinho. Depois começou a baixar cada vez mais e na praia entrou tudo em pânico, a gritar e a tentar fugir", disse em declarações à Lusa, salientando que estavam muitas pessoas na praia.

A testemunha ocular refere que viu o homem a ser atingido pela aeronave, que depois acabou por embater numa criança.

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"A avioneta bateu na menina com a asa, que se partiu. A mãe ficou logo ao pé da criança a chorar e foram os nadadores-salvadores que taparam os corpos com toalhas de praia. Mais tarde, a polícia acabou por retirar as toalhas e tapar os corpos", referiu.

Marina Roucha afirmou que viu um dos tripulantes a tremer e muitas pessoas a deslocaram-se para junto do avião, indignados com o que tinha ocorrido.

"Um dos tripulantes estava a tremer e não dizia nada. As pessoas dirigiam-se à avioneta e viveram-se momentos complicados", frisou, destacando a intervenção dos nadadores-salvadores, de algumas pessoas e da Polícia Marítima.

Os dois tripulantes da avioneta ficaram com termo de identidade e residência e serão ouvidos hoje pelo Ministério Público.

De acordo com o capitão do porto de Lisboa, Paulo Isabel, uma procuradora do Ministério Público vai hoje ouvir os dois tripulantes, que já estiveram a ser interrogados pela Polícia Marítima.