“A ameaça imprudente do Presidente Donald Trump visa encaminhar a América Latina e as Caraíbas num conflito que iria perturbar, de forma permanente, a estabilidade, a paz e a segurança na nossa região”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Jorge Arreaza, ao ler um comunicado em nome do chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro.
O mesmo texto rejeitou “na forma mais categórica e firme as declarações inamistosas e hostis” do líder dos Estados Unidos.
Na sexta-feira, Trump admitiu uma “possível opção militar” na Venezuela, país que atravessa uma grave crise política.
“Temos várias opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se necessário”, afirmou na altura o chefe de Estado norte-americano, sem precisar mais detalhes.
“A Venezuela não é longe e há pessoas que sofrem e pessoas que morrem”, acrescentou.
Durante a declaração de hoje, transmitida pela televisão estatal, o chefe da diplomacia venezuelana, Jorge Arreaza, apelou “aos membros da comunidade internacional (…) para expressarem uma condenação clara e inequívoca” contra as declarações de Trump que qualificou como “uma ofensa perigosa à paz e à estabilidade do continente”.
A Venezuela vive a sua pior crise política desde há décadas, com manifestações das quais resultaram 125 mortos e milhares de feridos em quatro meses, mas o Presidente Maduro, cuja saída é exigida pelos manifestantes, tem permanecido surdo face às pressões internacionais.
A instalação da recente Assembleia Constituinte, descrita pela oposição como uma tentativa de instaurar uma “ditadura comunista” na Venezuela, aumentou a tensão nas relações Caracas/Washington. Os dois países deixaram de estar representados ao nível de embaixadores desde 2010.
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