"Acho que todos os portugueses, independentemente da sua condição partidária ou outras opções no plano cívico, reconhecem em Mário Soares uma referência essencial do Portugal moderno", sublinhou o presidente socialista, falando depois de homenagear Mário Soares, falecido no sábado.
Carlos César liderou uma comitiva do PS que pouco depois das 22:00 foi ao Mosteiro dos Jerónimos homenagear o fundador do partido. Integravam a comitiva a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, o líder da Juventude Socialista, Ivan Gonçalves, e a deputada e antiga secretária de Estado Elza Pais.
"Mário Soares, no seu tempo, e o seu tempo vai para além da sua vida, é uma figura marcante e decisiva", reiterou César, falando num tom emocionado.
Poucos minutos depois foi a vez da antiga presidente do PS Maria de Belém falar com a imprensa, recordando o "homem extraordinário" que foi Soares, pessoa "estimada não só em Portugal, mas também no estrangeiro".
"A noção de que a memória dele é tão forte, intensa e importante, que perdura, deve confortar-nos neste momento", declarou ainda a antiga candidata presidencial no sufrágio do ano passado.
O corpo do antigo Presidente da República está em câmara ardente no Mosteiro dos Jerónimos desde as 13:10 de hoje, depois de ter sido saudado por milhares de pessoas à passagem do cortejo fúnebre pelas principais ruas da capital com escolta a cavalo da GNR.
O funeral realiza-se na terça-feira, pelas 15:30, no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, após passagem do cortejo fúnebre pelo Palácio de Belém, Assembleia da República, Fundação Mário Soares e sede do PS, no Largo do Rato.
Nascido a 07 de dezembro de 1924, em Lisboa, Mário Alberto Nobre Lopes Soares, advogado, combateu a ditadura do Estado Novo e foi fundador e primeiro líder do PS.
Após a revolução do 25 de Abril de 1974, regressou do exílio em França e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e primeiro-ministro entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, tendo pedido a adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), em 1977, e assinado o respetivo tratado, em 1985.
Em 1986, ganhou as eleições presidenciais e foi Presidente da República durante dois mandatos, até 1996.
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