Após um ano longe do olhar do público, e com um filme para sair no outono, Casey Affleck, de 42 anos, surge agora, na esteira dos movimentos #MeToo e Time’s Up, para assumir a responsabilidade pelo ambiente “não-profissional” no cenário de filmagens do “falso documentário” de 2010, “I’m Still Here”.
Casey Affleck foi acusado de assédio sexual por duas mulheres que trabalharam no filme, tendo sido alvo de dois processos civis.
O realizador falou também à Associated Press sobre o que aprendeu com o movimento #MeToo e o que está a fazer para trazer novas vozes para Hollywood.
Quando Affleck ganhou o Óscar de melhor ator no filme “Manchester by the Sea”, de 2016, o caso voltou à tona, apesar de o ator ter chegado a um acordo com as mulheres que o acusaram.
“Foi um ambiente não profissional. Eu contribuí para esse ambiente pouco profissional e tolerava esse tipo de comportamento de outras pessoas, e gostaria que não o ter feito”, disse em entrevista à AP, acrescentando: “Comportei-me de uma maneira e permiti que os outros também se comportassem de uma maneira não profissional. Peço desculpa”.
Embora os processos tenham sido resolvidos fora dos tribunais, o nome de Affleck em 2016 e 2017 foi associado a uma longa lista de homens que abusaram do poder em Hollywood.
Affleck não falou publicamente desde que romperam os movimentos #MeToo e Time’s up e optou por não apresentar o prémio de melhor atriz nos Óscares – tradicionalmente uma responsabilidade do vencedor do melhor ator do ano anterior.
Em vez disso, Jodie Foster e Jennifer Lawrence entregaram o troféu a Frances McDormand.
“Acho que foi a atitude mais acertada, atendendo a tudo o que estava a acontecer na nossa cultura naquele momento”, disse Affleck.
Affleck disse que aprendeu muito nos últimos anos ouvindo as conversas e afastou-se de um lugar defensivo para assumir a sua própria culpa.
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