"Os dados medidos pela sonda [instalada] em Segura durante a primeira semana de dezembro apontam para um valor médio de 185 Nonosievert por hora [ nSv/h]", refere em comunicado o movimento cívico que instalou recentemente uma sonda em Segura, zona do território português mais perto da central nuclear espanhola de Almaraz, para monitorizar o nível de radioatividade.

Segundo o Tejo Seguro, o Laboratório de Proteção e Segurança Radiológica do Instituto Superior Técnico considera valores de 300 nSv/h como primeiro nível de alerta.

O objetivo deste projeto é disponibilizar de forma "aberta e independente" informação sobre o nível de radiação ionizante medido na fronteira de Segura, no distrito de Castelo Branco.

O risco ambiental que representa a proximidade com a central nuclear de Almaraz, em Espanha, é a principal motivação deste movimento cívico.

Através de uma campanha de recolha pública de fundos conseguiram juntar 66 apoiantes e angariar os 2.550 euros necessários para a aquisição de uma sonda Geiger-Muller e o desenvolvimento duma plataforma para monitorização remota do nível de radiação medido a cada 10 minutos.

Segundo Paulo Marques, professor no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e cofundador de uma empresa tecnológica responsável pela componente científica do projeto, durante o mês de novembro foram feitas medições da radioatividade na atmosfera em Lisboa e em Castelo Branco com a sonda do projeto Tejo Seguro.

Os resultados mostraram que a radioatividade média em Lisboa é de 95 nSv/h, enquanto em Castelo Branco é de 165 nSv/h.

"Os valores medidos em Lisboa e em Castelo Branco estão alinhados com os valores apresentados pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) através da sua rede de monitorização de emergência radiológica (RADNET)", lê-se no documento.

O docente do IPCB, uma das entidades que integra este projeto, explica que a região de Castelo Branco apresenta um valor de radioatividade de fundo maior devido à radioatividade natural libertada pela pedra granítica.

"No entanto, estamos a falar de níveis não preocupantes".

Este responsável adianta ainda que a rede de monitorização de radioatividade da APA não tem nenhuma sonda na fronteira de Segura, facto pelo qual não é possível comparar as medições recolhidas com os dados apresentados pela APA.

A sonda instalada em Segura vai estar ativa durante um ano e tem mecanismos automáticos de alerta no caso de ventos com material radioativo atravessarem a fronteira e que possam significar risco para a saúde da população.

No final de 2017 serão apresentados os resultados da campanha, sendo que os dados recolhidos podem ser acompanhados através da Internet no sítio "http://allbesmart.ddns.net/tejoseguro".

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