"Seguramente, se o PS as quiser construir à esquerda, não precisará de negociar com Rui Rio", declarou Catarina Martins aos jornalistas, no final de uma visita a uma exposição de fotografia de Alfredo Cunha, na Galeria Municipal Artur Bual, na Amadora.

A coordenadora do BE considerou que "não cabe ao Presidente da República", Marcelo Rebelo de Sousa, encontrar soluções para a aprovação do Orçamento e manifestou-se convicta de que "essas soluções virão do parlamento, queira o Governo".

"Portanto, não há nenhuma razão para o Governo precisar de Rui Rio, a menos que o PS não queira negociar com o BE. Nós estamos cá para construir soluções", reforçou.

Questionada se neste momento estão a decorrer negociações e se o Governo já respondeu às propostas colocadas em cima da mesa pelo BE, Catarina deu a entender que o seu partido está ainda a aguardar respostas.

"Isto não é uma lista sim/não. Vamos ou não responder à crise? Nós apresentámos algumas propostas que achamos importantes sobre como é que respondemos a quem perdeu tudo com a pandemia. Há outras propostas? Alguém as tem? Quais? É preciso saber, para construirmos no parlamento uma maioria", disse.

As propostas do BE, que, frisou, "são públicas", destinam-se também à proteção do emprego e dos salários, à defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a assegurar uma utilização com "critério e transparência" dos dinheiros públicos, elencou Catarina Martins.

"Cabe ao Governo também fazer as suas propostas e as suas aproximações. E o BE tem toda a disponibilidade, tem vindo a apresentar soluções. E aqui estamos para construir soluções para a crise. Sobre o Governo, responderá o Governo", acrescentou.

Catarina Martins repetiu a mensagem de que "o Bloco cá está " e "nunca deixa de procurar soluções para o país" e assinalou que "o parlamento durante quatro anos na legislatura passada teve sempre soluções" para a aprovação dos orçamentos do Estado.

"Queira o PS, continuará a tê-las", reiterou.

Sobre a exposição de fotografia de Alfredo Cunha "A Cidade que não existia", a coordenadora do BE referiu que "mostra a Amadora desde o 25 de Abril até hoje", com uma parte dedicada à pandemia de covid-19, e descreveu-a como "extraordinária".

Segundo Catarina Martins, a exposição mostra "como houve uma extraordinária evolução" em Portugal ao longo destas décadas e como "para essa evolução foi necessário o 25 de Abril e a construção dos serviços públicos fundamentais ".

(Notícia atualizada às 13:26)