Depois deter defendido, no frente a frente com António Costa, que os dois partidos devem celebrar novo acordo escrito, tal como em novembro de 2015, Catarina Martins voltou hoje a insistir na ideia, argumentando que é a única forma de garantir estabilidade.

“O PS sabe que terá de ser capaz de ter essa negociação se não tiver a maioria absoluta e a existência de um acordo escrito que dê estabilidade à vida das pessoas (…) precisará do BE reforçado como terceira força política”, afirmou.

A coordenadora do BE falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Espaço Júlia - RIAV (Resposta Integrada de Apoio à Vítima), em Lisboa, e questionada sobre a possibilidade de haver diálogo à esquerda após as eleições antecipadas de 30 de janeiro sem um novo acordo escrito, Catarina Martins não foi perentória na resposta, mas sublinhou a necessidade desse entendimento formal.

“Depois de muito tempo em que ouvi tanta gente dizer que não era preciso nenhum acordo escrito, neste momento já não há nenhum partido político que não perceba a necessidade democrática de transparência de haver acordo escrito sobre os temas fundamentais do país”, disse.

Para Catarina Martins, esse acordo é a única garantia de estabilidade e a anterior legislatura, entre 2015 e 2019 quando esse acordo foi celebrado para que o PS pudesse formar governo, é a prova.

“Entre 2015 e 2019, vivemos uma legislatura em que houve crescimento económico, em que quem trabalha neste país sentiu um horizonte de recuperação, e tinha um acordo escrito. Em 2019, propusemos um acordo escrito ao PS sobre trabalho e sobre saúde (…). O PS recusou e com a sua ambição de maioria absoluta trouxe-nos até aqui”, recordou.

Quanto aos tema fundamentais, Catarina Martins recupera os mesmos que elegeu em 2019 e fala na necessidade de reestruturar e reforçar o Serviço Nacional de Saúde, fazer alterações ao Código do Trabalho, aumentar salários e valorizar pensões.