A audiência foi anunciada por Assunção Cristas numa conferência de imprensa na sede nacional do CDS-PP, em Lisboa, em que acusou António Costa de lançar “uma manobra puramente eleitoral” com a ameaça de demissão do executivo, depois de o parlamento ter aprovado uma alteração à lei em que faz a contabilização total do tempo de serviço dos professores.

Questionada pelos jornalistas, Assunção Cristas não disse o que esperava do Presidente da República, nem se iria defender a opção por eleições antecipadas, caso o Governo se demita, e responsabilizou os partidos de esquerda pela continuidade da maioria.

A líder centrista também não deu qualquer sinal de alterar o sentido de voto, em votação final global, das alterações ao decreto de lei aprovadas na quinta-feira, na comissão parlamentar de Educação.

“O primeiro-ministro é que tem um problema para resolver, tem uma base de apoio que aparentemente lhe virou as costas”, disse.

O parlamento aprovou na quinta-feira uma alteração ao decreto do Governo, com os votos contra do PS e o apoio de todas as outras forças políticas, estipulando que o tempo de serviço a recuperar são os nove anos, quatro meses e dois dias reivindicados pelos sindicatos docentes.

Não ficou estabelecido qualquer calendário de recuperação do tempo de serviço, rejeitando as propostas do PCP e Bloco de Esquerda nesse sentido, mas foi aprovado, ainda assim, que os dois anos, nove meses e 18 dias devem ser recuperados com efeitos a janeiro de 2019.

Após uma reunião extraordinária do 'núcleo duro' do Governo, de manhã, e uma audiência com o Presidente da República, à tarde, o primeiro-ministro, António Costa anunciou que comunicou a Marcelo Rebelo de Sousa que o Governo se demite caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores for aprovada em votação final global.

(Notícia atualizada às 20h59)