Para o líder dos centristas “esgotou-se o tempo das palavras e das reuniões, é hora de passar à ação e resolver definitivamente o problema” e a “situação dramática que se está viver em Cabo Delgado onde impera a barbárie do terrorismo islâmico”.
“Exige-se do Governo de Portugal que, na liderança da União Europeia, mobilize todos os Estados-membros para apoiar Moçambique”, afirmou, em Mirandela, no distrito de Bragança, onde deu o arranque à apresentação dos candidatos do partido às eleições Autárquicas
Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que “o combate ao terrorismo é um imperativo europeu e mundial, onde Portugal participa de forma militar e procura erradicar”.
Deu os exemplos das missões no Mali, no Iraque, no Afeganistão, na República Centro Africana e também na Somália.
“É por isso que faz ainda mais sentido empenhar-nos com uma participação militar num espaço na Lusofonia e num país irmão como é Moçambique”, salientou.
O presidente do CDS-PP insistiu que o partido está “solidário com o Governo”, mas exige “não apenas o acompanhamento da barbárie, mas também liderança e mobilização militar contra o terrorismo islâmico e mobilização dos parceiros europeus”.
PSD questiona Governo português sobre ajuda internacional
“Os moçambicanos precisam urgentemente da ajuda dos portugueses, dos europeus e da comunidade internacional. Não se entende como se pode assistir silenciosamente ao massacre chocante de milhares de pessoas sem agir com firmeza e diligência através de ações concretas”, refere a pergunta colocada por 12 deputados do PSD e dirigida ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
“A situação infernal que se vive em Cabo Delgado, devia envergonhar-nos enquanto seres humanos e os mais recentes relatos do terreno, das mais diversas entidades, ONGD [organizações não-governamentais para o desenvolvimento], portuguesas e estrangeiras confirmam esse cenário”, acrescenta o PSD.
Os sociais-democratas criticaram ainda a postura do alto representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, que foi “até agora incapaz de criar condições para se deslocar a Moçambique para se inteirar da situação devastadora que ali se vive”.
Da mesma forma, o PSD criticou também a “inação ensurdecedora” do Governo português e da União Europeia “perante a tragédia de Cabo Delgado”.
“O Governo português tem uma particular responsabilidade e oportunidade em criar condições que levem o Governo de Moçambique a aceitar, sem complexos, a ajuda internacional que tanto precisa”, defende o PSD.
Nesse sentido, os sociais-democratas questionam o Governo sobre o seu “nível de comprometimento” para que “o problema humanitário que se vive na província de Cabo Delgado não seja esquecido” e “que ações concretas está a diligenciar” o executivo, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, “para o cessar da violência (…) e para a resolução desta tragédia humanitária” na província moçambicana.
Os deputados do PSD perguntam também “o que tem sido feito para a pacificação e o desenvolvimento de Moçambique e, em especial, de Cabo Delgado” no âmbito da elaboração de uma nova estratégia da cooperação portuguesa e “qual o apoio efetivo que está a ser prestado pela União Europeia e também pelo Governo português”.
“Uma vez que as autoridades moçambicanas pediram ajuda, que resultados têm produzido os ‘diálogos’ e as ‘ações’ que a União Europeia, através do Serviço Europeu para a Ação Externa, tem estabelecido com as autoridades moçambicanas?”, questionam, por fim, os deputados.
Dezenas de civis, incluindo sete pessoas que tentavam fugir do principal hotel de Palma, no norte de Moçambique, foram mortos pelo grupo armado Estado Islâmico que atacou a vila na quarta-feira.
A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou hoje o controlo da vila de Palma.
Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora existam relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.
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