A marcha lenta “10/10 Todos a Lisboa – Contra os Ilegais” começa às 07:00 com uma concentração no Parque das Nações e segue depois às 08:30 até à Assembleia da República, onde os taxistas prometem ficar até ter uma resposta do Governo.
O percurso inclui a Praça José Queirós, as avenidas Dr. Francisco Luís Gomes e de Berlim, o Aeroporto de Lisboa, a Rotunda do Relógio, as avenidas Almirante Gago Coutinho e Estados Unidos da América, o Campo Grande, a Avenida da República, o Saldanha, o Marquês de Pombal, os Restauradores, o Rossio, a Rua do Ouro, o Campo das Cebolas (em substituição da Rua do Arsenal, em obras), o Cais do Sodré, a Avenida 24 de Julho e as ruas D. Carlos I e de São Bento.
A organização anunciou que a marcha lenta seria feita nas viaturas de serviço, mas a PSP indicou que os carros terão de ser estacionados na Avenida 24 de Julho e não podem subir a Avenida D. Carlos I, uma vez que em frente ao parlamento haverá, a partir das 10:00, outra manifestação, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Presentes em sinal de solidariedade para com os taxistas vão estar representantes do setor do táxi de Madrid (Fedetáxi Espanha) e da Catalunha (STAC), do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Urbanos de Portugal, da Federação dos Sindicatos de Transportes e da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas, indicou a Federação Portuguesa do Táxi.
Tal como aconteceu na marcha lenta realizada em abril (que decorreu também no Porto e em Faro), prevê-se que a circulação rodoviária na capital se complique, pelo que a PSP aconselhou a utilização dos transportes públicos e assegurou que irá ter agentes nas ruas a fazer os necessários desvios de trânsito.
Contactada pela Lusa, fonte da rodoviária Carris disse que "são expectáveis grandes impactos no serviço" e admitiu que poderão ocorrer "significativas perturbações de tráfego por toda a cidade, que condicionarão a circulação da grande maioria das carreiras".
"São previsíveis também alterações nos fluxos de procura no Metro, pelo que será feita uma gestão atenta e dinâmica dos recursos, procurando fazer face aos momentos e locais onde se possa vir a verificar maior procura pelos clientes", acrescentou a mesma fonte da Transportes de Lisboa.
Também a ANA – Aeroportos de Portugal alertou os passageiros para a necessidade de uma deslocação atempada face para o Aeroporto Humberto Delgado e recomendou a utilização do Metro.
Segundo os planos da organização, os taxistas do Porto vão concentrar-se às 03:00 no Castelo do Queijo e seguem em direção a Lisboa, passando por Fátima para agrupar os profissionais da região Centro. Já os taxistas do Algarve vão juntar-se às 03:30 e, depois, pelas 06:30, reunir-se-ão com os colegas da Margem Sul, no centro sul de Almada.
Porém, a PSP indicou que os carros vindos de norte não devem ir ter à Rotunda do Relógio, em Lisboa, mas desviar-se em Santa Iria da Azóia (no concelho vizinho de Loures) para o Itinerário Complementar (IC) 2.
A polícia quer que os carros vindos de sul se desloquem em pequenos grupos, por questões de segurança na Ponte 25 de Abril.
A Uber e a Cabify são plataformas que permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para ‘smartphones’ à qual vários operadores estão ligados.
Os taxistas contestam a atividade destas empresas, alegando que fazem concorrência desleal porque a legislação existente os obriga a determinados preceitos financeiros, de formação e de segurança, enquanto as plataformas não têm de cumprir esses requisitos.
Os profissionais criticam também algumas das medidas apresentadas pelo Governo no diploma para regular aquelas empresas, como o facto de não terem um número limite de carros a circular nas cidades, ao contrário dos taxistas.
Em Portugal circulam diariamente cerca de 13 mil táxis, dos quais 4.500 na Área Metropolitana de Lisboa e 1.700 na Área Metropolitana do Porto, segundo dados dos representantes do setor.
A Federação Portuguesa do Táxi e a Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros lembram que existem em Lisboa cerca de mil táxis a mais e defendem que esses carros poderiam ser descaracterizados para prestarem serviço às plataformas. Contudo, o Governo não acolheu a sugestão.
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