“O número de postos de trabalho que prevemos que vão do Reino Unido para a UE até ao fim de março nos bancos e seguros é inferior a cinco mil, cerca de quatro mil″, explicou Sam Woods, governador adjunto do Banco de Inglaterra que respondia, ao lado do líder da instituição, Mark Carney, às perguntas da comissão do Tesouro na Câmara dos Comuns.
Estes quatro mil postos de trabalho são “um número pequeno tendo em conta os 500 mil empregos no setor da banca e seguros”, considerou Woods, que há um ano tinha antecipado a perda de dez mil empregos.
O responsável do banco central disse ainda que pode haver a saída de mais postos de trabalho do Reino Unido após o mês de abril, mas a dimensão das saídas dependerá das condições do Brexit, a saída britânica da UE.
A audição dos responsáveis da instituição ocorre uma semana após a publicação de vários cenários apresentados pelo Banco de Inglaterra em função das modalidades políticas do Brexit, com um quadro particularmente preocupante no caso de uma saída sem acordo, que veria a taxa de desemprego subir para 7,5%, a inflação para 6,5% e uma descida dos preços no imobiliário de 30%.
“Nos cenários mais negativos pode esperar-se ver os preços dos alimentos registarem um aumento de 10%”, apontou Carney.
O governador lembrou, no entanto, que o Banco de Inglaterra e o sistema financeiro britânico estão preparados para enfrentar qualquer cenário de saída.
O Parlamento britânico iniciou hoje cinco dias de debate sobre um acordo de saída alcançado entre o Governo conservador de Theresa May e os dirigentes da UE, estando prevista a sua votação no próximo dia 11. O texto tem sido criticado pela oposição trabalhista e também por deputados conservadores.
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