"Isto vai correr bem, por mais barulho que faça o PSD ou o CDS", disse César no parlamento, numa declaração aos jornalistas sem direito a perguntas, que se seguiu à confirmação - de quarta-feira - da Comissão Europeia de que a entidade se reuniu com o atual presidente da CGD para debater a recapitalização do banco público quando António Domingues ainda não tinha sido nomeado para o cargo e pertencia ainda aos quadros do BPI.
"A participação do doutor António Domingues em reuniões no âmbito europeu antes da sua nomeação como presidente da CGD já era conhecida, foi pública, e objeto de debate em comissões parlamentares", vincou Carlos César, também presidente do PS para além de líder parlamentar.
Depois, o socialista definiu como "importante e necessário" que os contactos com Bruxelas acontecessem, e tais deram-se "sem acesso a informação privilegiada", vincou.
Carlos César aproveitou também para atacar PSD e CDS, nomeadamente os sociais-democratas, que acusa de "não quererem saber" de remunerações de administradores, entrega ou não de declarações de rendimentos ou eventuais conflitos de interesse.
"O que o PSD quer é que isto corra mal, e por isso o importante é fazer barulho sobre todas as coisas para que todas as coisas possam fazer mal e se concretize o que o PSD mais deseja na CGD: que correndo mal se proceda à privatização desta instituição bancária", avisou o líder da bancada socialista, que reiterou uma mensagem de confiança: "Isto vai correr bem. A reestruturação da CGD vai ser feita com sucesso, a sua recapitalização pública vai ser concretizada".
O Governo já negou que António Domingues estivesse na posse de informação privilegiada sobre a Caixa quando participou, como convidado, em três reuniões com a Comissão Europeia para debater a recapitalização do banco.
Na quarta-feira, em resposta a uma questão do eurodeputado José Manuel Fernandes (PSD), a comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, salientou que "o novo plano de atividades para a CGD foi apresentado à Comissão pelas autoridades portuguesas, que também consideraram necessário que o então futuro conselho de administração da CGD (que, entretanto, foi nomeado) participasse em algumas das reuniões e fosse informado sobre requisitos em matéria de auxílios estatais."
A comissária, segundo a resposta a que a Lusa teve acesso, disse "ter sido contactada pelas autoridades portuguesas pela primeira vez em abril de 2016" sobre uma nova recapitalização da CGD.
António Domingues só a 31 de agosto assumiu funções como presidente da CGD, tendo renunciado ao cargo que mantinha no conselho de administração do BPI a 30 de junho.
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