No final da sessão de entrega de prémios do 13.º Encontro Nacional de Inovação COTEC, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas se 2017 não será tarde demais para a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), tendo defendido que "faz parte da lógica das coisas fechar contas para depois avançar com a reestruturação".

"É urgente [a recapitalização] e, fechadas as contas deste ano - e as contas são fechadas, de um ano, em março do ano seguinte -, será uma prioridade quer a recapitalização pública quer o recurso ao mercado privado em termos obrigacionistas", antecipou.

Para o Presidente da República, "uma componente fundamental" da consolidação do sistema financeiro em que Portugal tem "tido boas notícias em várias entidades bancárias é a recapitalização e a restruturação da Caixa, "aprovadas ambas para além das expectativas iniciais quer pela Comissão Europeia quer pelo Banco Central Europeu e que para o ano serão aplicadas".

"Isso é uma grande notícia para estas empresas que aqui estão e muitas outras porque o país precisa de facto de um sistema financeiro ainda mais forte", defendeu.

Questionado se o banco público iria sair prejudicado com a polémica da entrega dos rendimentos dos administradores, Marcelo Rebelo de Sousa disse apenas: "é uma questão ultrapassada pelos acontecimentos".

Na segunda-feira fonte de Bruxelas avançou à agência Lusa que a Comissão Europeia e o Governo estão em contacto sobre o processo de recapitalização da CGD, mas que o ‘timing’ da intervenção estatal está nas mãos das autoridades portuguesas.

Na passada sexta-feira, o ministro das Finanças, Mário Centeno, anunciou que "a capitalização da Caixa está em curso, está aprovada e tem um conjunto de medidas importantes para a vida da CGD, que vai ser concretizado", mas "a injeção pública de capital na CGD irá ocorrer no ano de 2017", ao contrário do previsto no acordo de princípio estabelecido em agosto passado entre Bruxelas e Lisboa, que apontava para que a mesma se concretizasse ainda este ano.