“Há momentos, o Presidente [ucraniano, Volodymyr] Zelensky olhou-nos nos olhos e abriu o seu coração e […] pediu para que a União Europeia reconheça oficialmente a Ucrânia como um país candidato. Caber-nos-á a nós, enquanto UE, agir de acordo com os tempos, mas sabemos que vai ser difícil porque sabemos que existem pontos de vista diferentes na Europa e várias opiniões sobre este assunto”, reconheceu Charles Michel.

Discursando em Bruxelas na sessão plenária extraordinária da assembleia europeia dedicada aos confrontos na Ucrânia, após a invasão russa do país na semana passada, o responsável apontou que “caberá à Comissão Europeia produzir um parecer com base no qual o Conselho assumirá as suas responsabilidades”.

“O Conselho terá de analisar seriamente pedidos simbólicos políticos e legítimos que tenham sido feitos e teremos de fazer as escolhas apropriadas de uma forma determinada e clara”, afirmou Charles Michel.

O responsável adiantou que, “quando esta guerra foi lançada, Vladimir Putin pensou que iria quebrar a unidade europeia, mas estava errado”.

Na segunda-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinou o pedido formal para a entrada do país na UE, tendo a Comissão Europeia recordado que “há um procedimento a respeitar”, complexo e moroso.

As regras europeias ditam que qualquer país europeu que respeite os valores europeus do Tratado da União Europeia e esteja empenhado em promovê-los pode pedir para se tornar membro. Quando um país apresenta um pedido de adesão à UE, o Conselho convida a Comissão Europeia a dar o seu parecer sobre o pedido. Cabe depois ao Conselho da UE (na formação de Conselho dos Assuntos Gerais) estabelecer e supervisionar o processo de alargamento da UE e as negociações de adesão. As decisões tomadas no Conselho dos Assuntos Gerais sobre os países candidatos requerem o acordo unânime de todos os Estados membros da UE.

Hoje, Zelensky pediu à União Europeia que provo que está do lado da Ucrânia na luta pela sua sobrevivência e pela defesa da liberdade, ao intervir por videoconferência numa sessão plenária extraordinária do Parlamento Europeu.

Também intervindo na ocasião, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, apoiou a atribuição à Ucrânia do estatuto de candidato à UE, após a invasão russa, vincando querer “enfrentar o futuro” com o país e apoiando-o “na luta pela sobrevivência”.

O Parlamento Europeu vai hoje adotar uma resolução sobre a “agressão russa contra a Ucrânia”, ocasião na qual defenderá a concessão à Ucrânia do estatuto de país candidato à adesão.

A resolução será votada após o debate no hemiciclo de Bruxelas.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, ataque que foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

UE e Kiev "estão mais próximas do que nunca", defende Ursula von der Leyen

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse hoje, perante o Parlamento Europeu (PE), que a União Europeia (UE) e a Ucrânia “estão mais próximas do que nunca”, mas ainda há caminho a fazer para uma adesão.

“Hoje, a UE e a Ucrânia estão mais próximas do que nunca”, disse Von der Leyen, intervindo num debate sobre a situação na Ucrânia no PE, referindo-se ao desejo expresso pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de aderiu ao bloco europeu.

“Há ainda um longo caminho a percorrer”, referiu, acrescentando: “primeiro temos que pôr fim a esta guerra e depois devemos falar sobre os próximos passos”.

A líder do executivo comunitário referiu ainda ter a certeza de que “ninguém no hemiciclo pode duvidar das pessoas que se erguem tão corajosamente pelos valores europeus pertencem à família europeia”.

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