O Conselho de Administração do CHULN anunciou, em comunicado, que se reuniu hoje com os chefes das equipas cirúrgicas do Serviço de Urgência Central que se tinham demitido do cargo em 22 de novembro e que a “grande maioria” das questões relacionadas com organização e distribuição de serviço, estão solucionadas.
“Os chefes de equipa entendem ter condições para continuar a exercer os seus cargos”, salienta o CHULN.
Na reunião, o Conselho de Administração informou os especialistas que a questão ainda em aberto em relação à carta que enviaram no dia 10 de novembro, nomeadamente “a abordagem do doente com monotrauma, que até aqui era encaminhada para a área da Cirurgia Geral, está resolvida”, passando a ser assegurada pelo Serviço de Ortopedia.
O Centro Hospitalar anunciou que, a somar à reorganização de processos internos, tem a decorrer um concurso para entrada permanente de cirurgiões no seu quadro e recrutou nos últimos dias quatro especialistas que vão reforçar as suas equipas de urgência.
Assegura ainda que “a Urgência Central do Hospital de Santa Maria mantém o seu funcionamento regular, com uma resposta assistencial diferenciada assegurada por várias equipas, que sempre deram nota de um elevado nível de compromisso e profissionalismo”.
O centro hospitalar reforça ainda que mantém “o mesmo empenho no diálogo com os seus profissionais, na procura de soluções consensuais num processo de melhoria constante na resposta aos seus doentes”.
Os chefes de equipa de urgência, dos assistentes hospitalares e internos da formação específica da especialidade de Cirurgia Geral do Departamento de Cirurgia do CHULN tinham alertado hoje que em dezembro a prestação de cuidados de saúde nas urgências poderia estar em causa por falta de médicos.
Numa nota de esclarecimento, hoje divulgada, os cirurgiões esclarecerem as suas posições das últimas semanas, como a indisponibilidade para realização de horas extraordinárias, demissão dos cargos de chefia de equipas de urgência, e invocação de exclusão de responsabilidade disciplinar face “ao funcionamento anómalo do Serviço de Urgência Central”.
Os especialistas afirmam que “a degradação das condições de trabalho” neste serviço, “o número excessivo de horas extraordinárias, equipas subdimensionadas para o trabalho prestado” e a realização de trabalho fora do âmbito da sua especialidade “compromete uma adequada e segura prestação de cuidados de saúde aos doentes na urgência”.
Compromete também “a atividade assistencial não urgente e a formação contínua dos médicos do Departamento de Cirurgia”, sustentam.
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