Em comunicado, os comités – uma rede informal que contabiliza as vítimas da guerra – afirmaram que “as chuvas torrenciais caíram na tarde de quinta-feira, provocando o desmoronamento de mais de 800 casas no campo de Zamzam e de mais de 118 no campo de Abi Shok”.
Esta rede informal apelou às organizações não-governamentais e às agências competentes para que apoiem as pessoas afetadas pelas chuvas em ambos os campos de Al Fasher, capital do Darfur do Norte, o último reduto do exército nesta região.
Os deslocados estão a viver em campos no Darfur do Norte, devastado pela guerra, o que constitui uma grave situação humanitária e de segurança, uma vez que os deslocados estão também expostos à artilharia durante os confrontos em curso entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).
A cidade de Kasala, capital do Estado com o mesmo nome no leste do Sudão, que faz fronteira com a Eritreia, foi também hoje atingida por chuvas torrenciais, que o Observatório de Kasala descreveu como um acontecimento “sem precedentes”.
O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) alertou para os elevados níveis de precipitação que afetam milhões de sudaneses em condição de sem-abrigo na região do Darfur, no leste do Sudão, bem como nos estados de Al Gezira, Nilo Azul e Nilo Branco.
O Sudão vive uma guerra que começou em abril de 2023 entre o exército sudanês e as RSF, que se tornou a maior crise de deslocação do mundo, com dez milhões de pessoas deslocadas internamente e dois milhões de refugiados, tendo provocado dezenas de milhares de mortos.
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