Estas cinco mulheres, não identificadas por questões de segurança, foram recebidas no aeroporto da cidade do México pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Marcelo Ebrard.
De cabelos parcialmente cobertos e de rosto protegido por uma máscara devido à covid-19, quatro delas agradeceram ao Governo mexicano: "não só ter salvado as nossas vidas como também os nossos sonhos, que procuramos realizar. A nossa história não terminará de forma triste por causa dos talibãs".
"Agora que os talibãs tomaram o poder, nada joga a nosso favor (...) Neste regime, nós, as mulheres, temos dificuldades (...) é por isso que agradecemos estar aqui", acrescentaram, em conferência de imprensa.
Ebrard considerou que a proteção de valores e causas que os mexicanos identificam e reconhecem como seus, levaram as autoridades a assumir o compromisso de trazer o grupo para o país.
"Estou certo de que serão recebidas (...) com grande afeto pelo povo do México", sublinhou o responsável.
Conhecidas pelo nome de "sonhadoras afegãs", estas jovens mulheres conquistaram um prémio internacional de robótica e criaram recentemente um novo ventilador para doentes de covid-19 a partir de peças de automóveis velhos.
A equipa de robótica afegã integra duas dezenas de mulheres, na maioria ainda adolescentes.
As cinco mulheres vão ter um visto humanitário de 180 dias com direito a uma prorrogação e ficar numa instituição que ofereceu alojamento, alimentação e serviços básicos.
Na quarta-feira da semana passada, o Governo mexicano anunciou que tinha começado a processar os primeiros pedidos de requerentes de asilo afegãos.
Na altura, a diplomacia mexicana adiantou que os primeiros pedidos eram sobretudo de mulheres e raparigas.
A ONU advertiu na terça-feira que os direitos das mulheres afegãs são uma "linha vermelha" que os talibãs não devem ultrapassar.
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