De Portugal à Finlândia, passando por Itália e Inglaterra, estudantes seguiram o apelo da adolescente sueca Greta Thunberg para faltar às aulas, numa greve contra as alterações climáticas.

O tema saltou para a linha da frente das eleições europeias, que se iniciaram na quinta-feira e terminam no domingo para eleger 751 deputados ao Parlamento Europeu.

Várias centenas de estudantes aderiram hoje em Madrid à segunda greve global para reivindicar a declaração de “emergência climática” por parte de governos de todo o mundo, numa iniciativa à qual, ao longo do dia, se prevê que se juntem jovens de 51 cidades espanholas.

Nas ruas de Paris desfilaram algumas centenas de pessoas, maioritariamente alunos dos ensinos secundário e superior.

Milhares de jovens alemães faltaram de novo à escola para se manifestarem em defesa do clima, durante uma grande jornada de mobilização mundial. Em Berlim, cerca de 5.000 estudantes reuniram-se ao meio-dia em frente das emblemáticas Portas de Brandeburgo.

Protestos significativos decorreram também nas principais cidades alemãs, nomeadamente Hamburgo (17.500 manifestantes, segundo a polícia) e Francoforte (4.500 pessoas) para marchar rumo ao Banco Central Europeu. Dezenas de “Youtubers” apelaram aos seguidores para que votem contra a coligação da chanceler Ângela Merkel, por falhar compromissos com o clima.

Em Estocolmo, na Suécia, Greta Thunberg encabeçou uma manifestação de cerca de quatro mil jovens. À televisão sueca disse que a data de hoje para a greve, quando termina a campanha para as eleições europeias, foi escolhida conscientemente.

“Pensamos que isso difunde a mensagem de que esta é uma eleição muito importante, e que deveria ser sobre a crise climática", disse.

Em Oslo, na Noruega, centenas de jovens marcharam pelas ruas, apoiados pela primeira ministra, Erna Solberg, e foram também os jovens a tomar as ruas de Praga e de uma dezena de outras cidades checas.

“E um, e dois e três graus, é um crime contra a humanidade, e quatro, e cinco e seis graus é o fim da humanidade”, entoaram jovens em Estrasburgo, França, enquanto em Viena, na Áustria, os manifestantes entregaram na sede da União Europeia uma urna com “votos para o futuro”.

Outras cidades da Europa, de Genebra a Lausana, de Roma a Milão ou Florença, de Barcelona a Madrid, acolheram milhares de jovens, responsáveis em conjunto por colocar as questões climáticas no topo das agendas dos partidos políticos.

Portugal também contribuiu, com greve e manifestações em várias cidades do país. Só em Lisboa a organização estimou a participação na manifestação entre 12.000 a 13.000 pessoas.

(Notícia atualizada às 19h04)